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09/Dez/2019

Inflação: carnes pressionam índice de novembro

Segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com alta de 0,51%, ante um aumento de 0,10% em outubro. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 3,12%. O IPCA em 12 meses ficou em 3,27%. A alta de 0,51% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em novembro foi o maior resultado para o mês desde 2015, quando a taxa avançou 1,01%. Em novembro de 2018, o IPCA ficou negativo em 0,21%. Como resultado, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 2,54% em outubro para 3,27% em novembro, permanecendo consideravelmente abaixo da meta de 4,25% perseguida pelo Banco Central este ano. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,54% em novembro, após aumento de 0,04% em outubro. A taxa de novembro foi a maior para o mês desde 2015. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 3,22% no ano de 2019, além de avanço de 3,37% em 12 meses. Em novembro de 2018, o INPC tinha sido de -0,25%.

O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados. O salto de 8,09% no preço das carnes pressionou a inflação ao consumidor no mês de novembro, com uma contribuição de 0,22% para a taxa de 0,51%, item de maior pressão no mês. A alta nas carnes no mês de novembro deste ano foi a mais acentuada desde novembro de 2010, quando subiram 10,67%. Há forte demanda grande da China pela carne, o que restringe a oferta no mercado interno. Foi principalmente carne bovina. As outras também foram influenciadas (suíno e frango), mas o grande destaque foi a carne bovina. A carne suína subiu 3,35% em novembro, enquanto o frango inteiro aumentou 0,28% e o frango em pedaços subiu 0,34%. O grupo Alimentação e bebidas saiu de um avanço de 0,05% em outubro para elevação de 0,72% em novembro. A contribuição do grupo para a inflação passou de 0,01% para 0,18%. Sem as carnes, alimentação e bebidas teria registrado uma queda de 0,18%. Tomate, batata e cebola caíram cada um mais de 10%.

Sem a pressão das carnes, o IPCA teria sido de 0,30% em novembro. Devido ao encarecimento das carnes, os alimentos para consumo no domicílio interromperam uma sequência de seis meses consecutivos de quedas de preços, com um avanço de 1,01% em novembro. Por outro lado, as famílias pagaram menos pela batata-inglesa (-14,27%) e pelo tomate (-12,71%), ajudando a conter o IPCA em -0,03% cada um. A cebola também teve recuo acentuado, de 12,48%. A alimentação fora do domicílio subiu 0,21% em novembro, após uma alta de 0,19% em outubro. No último mês, o item lanche aumentou 0,56%, uma contribuição de 0,01% para o IPCA do mês. A tarifa de energia elétrica subiu 2,15% em novembro, após um recuo de 3,22% em outubro, dentro da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. A conta de luz contribuiu com 0,09% para o IPCA de novembro. Como resultado, o grupo Habitação saiu de uma queda de 0,61% em outubro para um avanço de 0,71% em novembro. O movimento foi puxado pela mudança de bandeira tarifária.

Em outubro, estava em vigor a bandeira amarela, com acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em novembro, passou a vigorar a bandeira vermelha patamar 1, com valor reajustado de R$ 4,00 para R$ 4,169 a cada 100 quilowatts-hora. A conta de luz ficou mais cara mesmo com reduções tarifárias em quatro das dezesseis regiões pesquisadas: Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Brasília (DF) e Goiânia (GO). Apesar da pressão em novembro, a conta de luz deve dar uma trégua ao orçamento das famílias em dezembro. Além de absorver boa parte da redução de tarifas em uma das concessionárias de Porto Alegre (RS), volta a incidir sobre as contas de energia elétrica a bandeira tarifária amarela, com uma cobrança extra menor, de R$ 1,34 a cada 100 quilowatts-hora consumidos. Ainda em Habitação, a taxa de água e esgoto subiu 0,24%, decorrente de reajustes em Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ).

O gás encanado ficou 0,26% mais barato no mês, em consequência da redução de 0,60% nas tarifas praticadas no Rio de Janeiro no dia 1º de novembro. O gás de botijão aumentou 0,87%, em decorrência do reajuste de 4,00% no preço do botijão de 13 kg autorizado pela Petrobras nas refinarias, a partir do dia 27 de novembro. Os combustíveis ficaram 0,78% mais caros em novembro, após um aumento de 1,38% em outubro. O preço da gasolina subiu 0,42% em novembro, com variações que foram desde uma queda de 5,00% em Fortaleza (CE) até uma alta de 5,91% em São Luís (MA). O etanol ficou 2,46% mais caro, contribuindo com 0,02% para o IPCA de novembro. O óleo diesel aumentou 0,38%. As passagens aéreas subiram 4,35% em novembro, após uma alta de 1,93% em outubro. Os gastos das famílias com Transportes saíram de alta de 0,45% em outubro para elevação de 0,30% no IPCA de novembro, uma contribuição de 0,05% para a inflação do último mês.

Apenas três itens foram responsáveis por boa parte da inflação oficial em novembro: carnes, energia elétrica e jogos de loteria. As carnes ficaram 8,09% mais caras, uma contribuição de 0,22% para o IPCA. Os jogos de azar subiram 24,35% em novembro, segundo maior impacto no IPCA, 0,13%. A tarifa de energia elétrica aumentou 2,15% uma contribuição de 0,09%. Como consequência, os grupos Alimentação e bebidas, Habitação e Despesas Pessoais responderam por 82% do IPCA de novembro. Com alta de preços de 0,72%, os alimentos contribuíram com 0,18%. O grupo Habitação teve elevação de 0,71%, com 0,11% de impacto, e o grupo Despesas Pessoais avançou 1,24%, com contribuição de 0,13%. Os demais grupos com aumentos de preços em novembro foram Vestuário (0,35%), Educação (0,08%), Saúde e cuidados pessoais (0,21%) e Transportes (0,30%). Houve deflação em Comunicação (-0,02%) e Artigos de residência (-0,36%). A inflação de serviços passou de 0,19% em outubro para 0,20% em novembro.

A taxa de inflação de serviços acumulada em 12 meses desacelerou de um aumento de 3,61% em outubro para 3,39% em novembro. Os preços de bens e serviços monitorados pelo governo saltaram de um recuo de 0,11% em outubro para uma alta de 0,97% em novembro. A taxa de inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acumulada em 12 meses pulou de 2,21% em outubro para 4,24% em novembro. Apesar da aceleração na inflação oficial do País, ainda não há pressão de demanda sobre os preços. A alta no IPCA do último mês foi concentrada e cada um dos três grupos com maior pressão de preços teve um fator principal de alta. Em alimentos foi a carne, por restrição de oferta. Em despesas pessoais e habitação foram reajustes administrados. Não teve tanto efeito de demanda especificamente, a demanda está relativamente estável. Apesar de os últimos resultados do PIB (Produto Interno Bruto) terem mostrado que o aumento no consumo das famílias vem sendo consistente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.