ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Dez/2019

Mercosul-UE avalia desenvolvimento sustentável

Representante de uma comissão independente francesa criada para avaliar os impactos do acordo entre a União Europeia e o Mercosul no desenvolvimento sustentável, Yann Laurans desembarca esta semana no Brasil. Ele dirige o programa de biodiversidade do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e das Relações Internacionais (IDDRI) e pretende colher informações com autoridades, institutos de pesquisa e membros de organizações não governamentais para analisar o acordo do ponto de vista da biodiversidade. Segundo ele, o acordo comercial impacta em diferentes tipos de segmentos do setor produtivo, em ambos os lados e favorece a produção agropecuária no Mercosul e na União Europeia, mas existem diferenças na maneira de produzir carne, por exemplo, no que diz respeito à biodiversidade e à emissão de carbono.

Para ele, o acordo UE-Mercosul pode ser uma oportunidade perdida, uma vez que não houve qualquer indicação de que será possível discriminar os diferentes tipos de produtos a serem importados pelo Mercosul ou pelos europeus no que diz respeito a critérios relacionados à sustentabilidade. Ele citou eventuais certificados para a produção agrícola sul-americana e tarifas diferenciadas para veículos ou componentes a serem exportados pela Europa baseados em combustíveis fósseis, híbridos ou elétricos. Haveria possibilidade disso, porque acordos bilaterais permitem discutir processos industriais, o que não se pode fazer pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou.

Laurans sugeriu a possibilidade de um diálogo político entre os países do Mercosul e da União Europeia para avançar na questão. Desse diálogo poderiam emergir algumas soluções de como aumentar a participação de soja, açúcar, carros certificados, mas depende da boa vontade de cada parte do acordo. O relatório de Laurans atende a pedido do primeiro-ministro da França. Ele lembra que o Acordo Econômico Comercial UE-Canadá (CETA), fechado pelos europeus antes do acerto com o Mercosul, gerou ampla discussão e muitas críticas na Europa, especialmente na França, no tocante à produção canadense de carne quanto à sustentabilidade e práticas sanitárias. O pedido do Parlamento é para racionalizar o debate. Discutir com números e não brigar com fantasmas ou pensamentos e ideias, como foi o caso na CETA. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.