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02/Dez/2019

Desemprego avança no trimestre até outubro/19

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada na sexta-feira (29/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a população desocupada somou 12,367 milhões de pessoas no trimestre até outubro. O contingente de desempregados cresceu no período de um ano, com 58 mil pessoas a mais, ou 0,5%, do que no trimestre encerrado em igual mês de 2018. Na comparação com o trimestre até julho deste ano, são 202 mil desempregados a menos, uma queda de 1,6%. Os dados apontam para uma taxa de desemprego de 11,6% no trimestre móvel até outubro, ante 11,7% em igual período de 2018.

A população ocupada alcançou um recorde 94,055 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em outubro, 470 mil ocupados a mais no mercado de trabalho ante o trimestre móvel imediatamente anterior e 1,436 milhão de ocupados a mais no período de um ano, ante o trimestre móvel até outubro de 2018. No total, a força de trabalho somou 106,421 milhões de pessoas. A população fora da força de trabalho somou 64,860 milhões no trimestre encerrado em outubro. Faltou trabalho para 27,134 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em outubro. Com isso, a taxa composta de subutilização da força de trabalho passou de 24,6% no trimestre móvel até julho para 23,8% no trimestre até outubro.

O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até outubro de 2018, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 24%. A taxa composta de subutilização inclui a população desalentada. O Brasil tinha 4,615 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em outubro. O resultado significa 217 mil desalentados a menos, uma queda de 4,5%, em relação ao trimestre móvel encerrado em julho. Em um ano, são 75 mil pessoas a menos, recuo de 1,6%.

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade - e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial. A população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas somou 7,001 milhões de pessoas no trimestre móvel até outubro. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.

Na passagem do trimestre até julho para o trimestre até outubro, houve um recuo de 332 mil pessoas na população nessa condição. Em um ano, o País ganhou 60 mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas. O mercado de trabalho brasileiro alcançou uma taxa de informalidade de 41,2% no trimestre móvel até outubro, pouco abaixo do recorde de 41,3% da série histórica iniciada em 2015, registrado nos trimestres móveis encerrados em julho e setembro. São 38,751 milhões de trabalhadores atuando na informalidade. O resultado foi puxado por recordes tanto na população de trabalhadores atuando por conta própria quanto na de pessoas trabalhando sem carteira assinada no setor privado.

O trabalho por conta própria alcançou 24,446 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em outubro, sendo que 19,466 não têm CNPJ. Em um ano, o trabalho por conta própria ganhou a adesão de 913 mil pessoas. Em um trimestre, na comparação com os três meses encerrados em julho, foram 219 mil trabalhadores a mais nessa condição. O trabalho sem carteira assinada no setor privado cresceu para um contingente de 11,852 milhões de trabalhadores. O emprego sem carteira no setor privado aumentou em 280 mil vagas em um ano, uma alta de 2,4%. Em um trimestre, foram 194 mil trabalhadores a mais.

Apesar da elevada informalidade, o trabalho formal também cresceu. O mercado de trabalho abriu 61 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre terminado em julho. Na comparação com o trimestre encerrado em outubro de 2018, foram criadas 344 mil vagas formais no setor privado, uma alta de 1,0%. O setor público ficou estável, com 11,675 milhões de trabalhadores no trimestre até outubro, enquanto o trabalho doméstico absorveu mais 69 mil pessoas na comparação com o trimestre móvel até outubro de 2018.

A redução da população desempregada no mercado de trabalho diminuiu o ritmo no trimestre móvel terminado em outubro. A população desocupada, que atingiu o contingente de 12,367 milhões de pessoas, caiu 1,6% ante o trimestre móvel encerrado em julho. No trimestre até julho, a queda tinha sido de 4,6%. Essa perda de ritmo é insuficiente para sinalizar mudança de trajetória na lenta recuperação do mercado de trabalho. O cenário de avanços lentos, com geração de vagas via ocupações marcadas pela informalidade, se mantém. Apesar da perda de ritmo na queda do contingente de desempregados, o crescimento da população ocupada, ou seja, a geração de vagas, segue superior à diminuição da população desocupada.

Não parece ser que a desocupação está caindo em ritmo menor por não ter absorção na população ocupada. A geração é praticamente o dobro da queda da desocupação. Os dados da Pnad Contínua mostram que a população ocupada atingiu o recorde de 94,055 milhões de pessoas no trimestre terminado em outubro, alta de 0,5% ante o trimestre móvel encerrado em julho, com 470 mil trabalhadores a mais. A queda de 1,6% no contingente de desempregados significou 202 mil trabalhadores a menos na fila do desemprego, ou seja, a metade do contingente que entrou para o grupo de ocupados. Por outro lado, o crescimento da população ocupada também perdeu fôlego. No trimestre móvel encerrado em julho, o avanço sobre o trimestre imediatamente anterior tinha sido de 1,3%.

No desagregado por setores da economia, o comércio foi destaque na geração de vagas no período de um trimestre. São 204 mil pessoas a mais trabalhando na área na passagem do trimestre terminado em julho para o trimestre encerrado em outubro, um avanço de 1,2%. A construção civil foi o segundo setor em geração de vagas, com 197 mil vagas a mais na mesma comparação, alta de 3%. O que está levantando a construção é o setor imobiliário, principalmente na Região Sudeste. É importante salientar que o movimento na construção é puxado pela informalidade, com geração de vagas para trabalhadores por conta própria ou empregados sem carteira no setor privado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.