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18/Nov/2019

Amazônia: desmatamento aumentou em outubro

Os alertas de desmatamento na Amazônia no mês de outubro registrados pelo sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), voltaram a subir em relação ao mesmo mês do ano passado. Foi observada pelos satélites uma perda de 554,71 Km², ante 526,66 Km² em outubro de 2018, alta de 5%. Apesar de o ritmo de devastação ter reduzido em relação às perdas observadas em agosto e setembro, este é o sétimo mês consecutivo do ano que apresenta valores mais altos do que o indicado em 2018. De acordo com o Deter, o acumulado do ano (de 1º de janeiro até 31 de outubro), já chegou a 8.409 Km², aumento de 83% em relação ao mesmo período do ano passado, que teve uma perda de 4.602 Km². As taxas observadas nos dez meses deste ano são maiores que as observadas pelo Deter nos 12 meses dos três anos anteriores (2016, 2017 e 2018).

O desmatamento continuou subindo mesmo com a presença das Forças Armadas na floresta. As queimadas, objetivo principal de ação dos militares, de fato recuaram, chegando ao menor número em outubro da série histórica do Inpe, mas como a floresta continua sendo derrubada especialistas alertam que no ano que vem os incêndios podem retomar com força. O Deter é um sistema em tempo real que serve para orientar a fiscalização e não serve como taxa oficial do desmatamento. Este número é fornecido pelo sistema Prodes, também do Inpe, que registra a devastação sempre entre agosto de um ano a julho do ano seguinte, mas o Deter funciona como um indicativo do que está ocorrendo em campo e, em geral, a tendência que ele aponta, de alta ou baixa, é confirmada depois pelo Prodes. No entanto, o Prodes sempre acaba indicando números ainda maiores.

Mesmo considerando o período de referência de desmatamento (agosto de um ano a julho do seguinte), o cenário também é ruim. Entre 1º de agosto e 31 de outubro, o Deter observou uma perda de 3.704 Km², mais da metade (54%), do que tudo o que foi observado entre agosto de 2018 e julho deste ano, 6.840 Km². O aumento da destruição da floresta ocorre ao mesmo tempo em que o governo faz movimentos no sentido de liberar alguns tipos de cultivo na floresta que podem deixá-la ainda mais vulnerável: foi revogado o decreto que proibia o plantio de cana-de-açúcar na Amazônia e membros governo têm apoiado o fim da moratória da soja, instrumento que ajudou a conter o desmate nos últimos 13 anos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.