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13/Nov/2019

EUA: agricultores recorrem a credores alternativos

Dificuldades financeiras estão aumentando no cinturão agrícola dos Estados Unidos, levando muitos produtores rurais a tomar empréstimos mais caros, fora do sistema bancário tradicional, para conseguir sustentar seus negócios. Os produtores estão recorrendo a credores alternativos para superar uma das maiores desacelerações do setor agrícola em muitos anos. Por causa dos baixos preços de grãos, bancos agrícolas tradicionais estão mais rigorosos na concessão de crédito. Embora as empresas de serviços financeiros, como ARM, FarmOp Capital e Fora Financial, possam representar uma esperança para os agricultores em dificuldades, a taxa de juros em seus empréstimos pode ser o dobro da cobrada por bancos agrícolas tradicionais.

Além disso, os empréstimos podem estar condicionados a um monitoramento mais rigoroso dos gastos do agricultor e à possibilidade de alienação de parte da produção. As empresas monitoram o agricultor e a taxa de juros da ARM, por exemplo, é de aproximadamente 8% ao ano. Em bancos tradicionais, essa taxa estaria entre 2% e 5%. Cinco anos consecutivos de safras robustas pressionaram as cotações de grãos e reduziram os lucros dos produtores. Além disso, a disputa comercial entre Estados Unidos e China afetou a demanda por grãos norte-americanos. Para piorar a situação, milhões de hectares deixaram de ser semeados este ano nos Estados Unidos por causa do clima excessivamente úmido no Meio Oeste do país.

A dívida do setor agropecuário deve atingir um recorde de US$ 416 bilhões este ano, um aumento de quase 40% em relação a 2012, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). As taxas de inadimplência e falências também estão aumentando, afetando a capacidade de produtores de obter crédito para a compra de sementes, fertilizantes e combustíveis. Segundo o Rabobank, a situação financeira de muitos agricultores chegou a um nível inaceitável para credores. Segundo o banco Wells Fargo, os produtores de milho e soja estão tendo mais dificuldade para atender às exigências financeiras para obter empréstimos. O banco está concedendo mais empréstimos para produtores de amêndoa e pistache, por exemplo.

Como garantia, os credores alternativos aceitam apólices de seguro agrícola, pagamentos do governo e recursos obtidos com a venda da produção, em vez de terras, equipamentos e outros ativos. De acordo com os credores, isso permite que eles emprestem dinheiro para pequenos produtores ou agricultores que estejam tentando se recuperar de uma situação de falência. Segundo a ARM, o volume de empréstimos da empresa aumentou 40% ao longo dos últimos três anos. A estimativa é de que essas empresas forneçam cerca de 2% do crédito agrícola nos Estados Unidos. A regulamentação menos rigorosa permite que essas companhias tenham mais controle sobre taxas de juros e termos dos contratos. É um sistema bancário paralelo para a agricultura. São empresas que tentam obter um bom retorno sem estarem sujeitas a muita regulamentação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.