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06/Nov/2019

PIB: alta é capitaneada pelo investimento privado

Na esteira da divulgação da nova fase de reformas, a equipe econômica aumentará nesta semana sua previsão para o crescimento da economia em 2020. A nova estimativa ainda ficará abaixo de 2,5%, mas o governo está otimista com o cenário atual, que aponta o setor privado capitaneando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), os investimentos e o aumento de vagas formais do mercado de trabalho. A estimativa atual do governo para o ano que vem está em alta de 2,17% no PIB. A retomada do crescimento é puxada pelas empresas, o que já pode ser verificado nos últimos dados das contas nacionais, destrinchados em estudo preparado pela sua equipe. O trabalho foi concluído na semana passada e será divulgado esta semana em boletim macroeconômico da Secretaria de Política Econômica (SPE). O estudo separa o crescimento, os investimentos e a criação de vagas formais de trabalho no setor público e no setor privado, e o diagnóstico é uma inversão de tendência.

Se em 2014, os números registrados pelo governo eram acima dos das empresas, a crise fiscal e a falta de recursos reduziram o espaço do governo, levando as empresas a aumentarem sua participação. Essa tendência será reforçada com as novas reformas que serão encaminhadas ao Congresso, as medidas já em andamento para o crédito e mercado de capitais e a liberação do FGTS. Pode-se citar ainda ações para facilitar a quitação de dívidas, os investimentos no setor de petróleo e os efeitos plenos da queda de juros, que demoram de seis a nove meses para refletir na atividade econômica. A leitura do governo é de que esse é um crescimento sustentável no longo prazo e que preserva as contas públicas. Economistas do mercado também estão revisando para cima, nas últimas semanas, as suas estimativas para o crescimento econômico, depois de um período em que alguns apostavam num quadro de recessão técnica no segundo trimestre do ano.

O estudo do Ministério da Economia mostra que, ao final do segundo trimestre, o investimento privado crescia 7,02%, enquanto o público teve tombo de 14,30% em relação ao mesmo período de 2018. O PIB do setor privado avançava 1,69% enquanto o público cai 1,56%. Isso significa crescimento sustentável. Em resposta às críticas à queda forte dos investimentos realizados pelo governo, o argumento é de que eles são importantes em diversas áreas, mas é preciso separar o investimento que é fundamental para a estrutura do funcionamento do setor público do que foi feito no passado recente, que gerou perda produtividade e prejudicou as contas públicas. A estimativa do governo é que os investimentos fiquem em cerca de R$ 49 bilhões, um dos menores da história. A queda dos juros para o patamar de 5% deve favorecer os investimentos do setor privado. Além disso, a não reposição das vagas do setor público depois das novas aposentadorias também tem levado um distanciamento da criação de vagas formais do setor privado.

Em junho, o número de vagas abertas pelas empresas nos 12 meses anteriores chegou a 480,6 mil, enquanto no setor público houve uma redução de 28,8 mil empregos no período. O momento mais difícil para a equipe econômica foi em julho, quando diante da falta de recursos e quase shutdown (paralisação) da máquina administrativa, muitos especialistas recomendavam a revisão da meta fiscal do ano e mudanças no teto de gastos para liberar gastos públicos e impulsionar a economia. Mas, o governo não seguiu por esse caminho. O quadro negativo passou a mudar para melhor a partir de setembro. O governo afirma que a política adotada pelo Ministério da Economia está corrigindo os problemas de má alocação de recursos decorrentes de um quadro em que o setor público liderava o crescimento. Agora, quem é o líder é o setor privado e os recursos públicos serão usados onde são mais eficientes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.