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29/Out/2019

Brasil pode ampliar a pauta de exportação à China

Ao participar de seminário sobre comércio entre Brasil e China, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) destacou que as exportações agropecuárias ao mercado chinês estão concentradas em soja e carne, e os produtores brasileiros têm mais a oferecer ao país asiático. Em 2018, a China comprou mais de US$ 31 bilhões em produtos agropecuários do Brasil, volume 70% superior ao registrado em 2015. Do total exportado, quase 88% foram de soja em grão. Em segundo lugar, aparece carne bovina, com apenas 4,7%. A soja e as carnes (bovina, frango e suína) concentram 96% dos produtos agropecuários vendidos aos chineses. O Brasil quer continuar como o principal fornecedor de alimentos para a China, mas pode oferecer muito mais do que soja e carnes, disse a ministra no seminário, promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), durante a visita do presidente Jair Bolsonaro ao país asiático.

Considerando a diversidade da agropecuária do Brasil e os US$ 140 bilhões em produtos agrícolas importados pela China de todo o mundo, há muito espaço para ampliação das relações comerciais, não apenas em volume, mas também em variedade. A ministra voltou a ressaltar que o Brasil é um dos poucos países com capacidade de expandir a oferta de alimentos aliada à sustentabilidade. O Brasil é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e ao mesmo tempo possui 66,3% do seu território coberto por vegetação nativa. Isso só é possível porque o produtor brasileiro produz ao mesmo tempo em que preserva, afirmou a ministra. De acordo com Tereza Cristina, o uso de videoconferências para discussão entre as equipes técnicas chinesas e brasileiras agilizou os processos, como inspeção sanitária. Porém, é preciso continuar buscando soluções inovadoras que tornem a comunicação ainda mais fluida e gerem resultados concretos de grande impacto.

Aos empresários chineses, Tereza Cristina apontou diversas oportunidades de investimentos na cadeia produtiva da agropecuária: insumos, maquinário, produção, processamento, estocagem, distribuição, transporte, pesquisa e inovação no campo. O crescimento exponencial do setor agropecuários nas últimas décadas, que colocou o Brasil entre os líderes mundiais do setor, foi fruto da união bem-sucedida entre recursos naturais abundantes, pesquisa científica de ponta e empreendedorismo dos agricultores. De 2013 a 2018, a China investiu cerca de US$ 69,2 bilhões no Brasil, principalmente no setor energético. O objetivo é que o agronegócio também se torne um setor prioritário para o investidor chinês. Além da alta produtividade do agro, a ministra destacou que trata-se de um bom investimento, pois o Brasil detém um mercado interno com 210 milhões de consumidores e tem acesso a mais de 55 milhões de pessoas que vivem nos países vizinhos.

O número de consumidores de produtos brasileiros deve crescer ainda mais nos próximos anos, em razão dos acordos comerciais Mercosul-União Europeia e com o EFTA (bloco integrado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein). Os dois blocos, juntos, somam 510 milhões de consumidores. A conclusão desses dois acordos é um sinal claro à comunidade internacional de que o Brasil está aberto ao mundo, em prol do livre comércio, afirmou Tereza Cristina. Ela reforçou que o compromisso do governo federal é fomentar ambiente de negócios saudável, simplificar a burocracia, facilitar o acesso ao crédito e melhorar a infraestrutura para o produtor rural. O Brasil tem a China como parceiro estratégico e da maior importância. O aprofundamento dessa relação deve trazer benefícios para ambos os povos. De acordo com a ministra, a prioridade do governo é melhorar a economia, por meio de uma agenda de micro e macro reformas, como a da Previdência, recentemente aprovada pelo Congresso Nacional. Fonte: Ministério da Agricultura. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.