ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

08/Out/2019

Cogo: “Brasil caminha para safra recorde em 2020”

O Brasil deve ter safra recorde no ano que vem, de acordo com o sócio diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo. Em entrevista ao Broadcast Agro após palestra em São Paulo, ele afirmou que as condições climáticas e econômicas esperadas possibilitam a ampla produção, que a consultoria projeta, no momento, em 257 milhões de toneladas, ante 242 milhões de toneladas este ano. "Saímos de um El Niño e entramos em fase neutra, sem configuração de La Niña pela frente definida", afirmou ele. "Então vai haver certo atraso de chuvas no Brasil central, que deve se regularizar a partir de outubro ou novembro, e teremos boa capacidade de chuva na região Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) a partir de dezembro - um pouco tardio, mas a ponto de se poder fazer boa safra", prosseguiu.

Segundo ele, o Sul pode ter questões de estiagem localizada, mas sem risco de secas extremas. Quanto à carne, Cogo acredita que o crescimento das exportações do Brasil não será perdido após a resolução da peste suína africana. "Há tendência de a China, como é com grãos, se tornar importadora líquida de carne", projetou. Ao conquistar a confiança dos chineses neste momento ruim, o Brasil provavelmente se tornará um dos grandes fornecedores para o mercado chinês, opinou, lembrando que, este ano, a China tem sido a principal compradora da carne brasileira. O analista projetou que o acordo entre Mercosul e União Europeia, se aprovado, será mais positivo do que negativo para o agronegócio brasileiro.

A UE, hoje, é a segunda maior compradora de produtos agrícolas do Brasil, e lidera alguns segmentos como frutas - que, de acordo com Cogo, pode ter crescimento expressivo com o acordo. "O Brasil sempre foi grande produtor de frutas, mas exportava pouco. E não há cota para frutas no acordo, então o mercado pode se alargar de forma impressionante." Para um prazo mais longo, ele projetou que o maior desafio do agronegócio será o acesso à água. Outras necessidades que aumentarão são a busca por vida sustentável, por agricultura regenerativa e por menor desperdício - hoje, um terço da produção global de alimentos é desperdiçada.

Fonte: Agência Estado.