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02/Out/2019

Queimadas caem na Amazônia e crescem no Cerrado

O número de focos de incêndio no Cerrado dobrou no último mês, na comparação com setembro do ano passado. De 1º a 30 de setembro deste ano, foram 22.989 focos, ante 11.467 no mesmo período do ano passado, alta de 100,4%. As queimadas seguiram uma tendência de alta que vinha desde agosto, quando o bioma sofreu com 12.906 focos de incêndio, ante 7.992 em agosto de 2019, aumento de 61,4%. De 1º a 30 de setembro, no entanto, o bioma amazônico teve 19.925 focos, ante 24.803 em setembro de 2018, redução de 19,6%. Em agosto, haviam sido 30.901 focos, ante 10.421, alta de 196%. Parques importantes do bioma, como a Chapada dos Veadeiros, tiveram queimadas intensas. Na Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central, que atinge 65% da área do Distrito Federal, teve o dobro do número de focos em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

A maior alta no Cerrado ocorre ao mesmo tempo em que as queimadas começaram a diminuir na Amazônia, em parte por causa das ações das Forças Armadas, após a decretação da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que começou a atuar em 24 de agosto, mas também porque choveu acima da média em especial no Mato Grosso, Estado que estava liderando em incêndios. Técnicos do Ibama que atuam na região ponderam também que as queimadas muito acima da média histórica em agosto, que era de 25.853, de certo modo diminuíram o material que poderia ser queimado em setembro. Historicamente, os focos de incêndio na floresta costumam atingir pico em setembro, de modo que havia o temor de que a situação neste mês seria ainda pior. Mas, uma combinação de fatores colaborou com a queda. Já era esperado que as queimadas iam cair. A simples presença em campo já inibe, além de toda a pressão da mídia e da pressão internacional. Também vale lembrar que boa parte dos incêndios tinha sido articulada em agosto. Quando começou a GLO, muito já tinha sido queimado. Mas, isso não significa que é uma estratégia duradoura. Inevitavelmente as queimadas diminuiriam mesmo, mas não principalmente em razão da GLO, e sim porque o que tinha de queimar já estava praticamente tudo queimado.

A diminuição gradativa do material combustível e a ocorrência de chuvas com certeza foram muito mais determinantes nesse número. Houve uma inversão do pico para agosto para consolidar os desmatamentos que vinham ocorrendo até julho. Durante o primeiro mês de ação dos militares na Amazônia, apesar de as queimadas terem diminuído, a fiscalização sobre outros crimes ambientais caiu. Documento do Ibama mostrou redução de mais da metade no número de multas, de 63,7% nas apreensões de madeira e avanço no desmatamento. Em agosto, os alertas do sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicaram desmatamento de 1.702 Km² na Amazônia, ante 526 Km² em agosto de 2018. Neste mês, até o dia 19 de setembro, os alertas indicavam 1.173 Km², ante 739 Km² em setembro inteiro do ano passado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.