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26/Set/2019

ONU e as repercussões do discurso de Bolsonaro

Em sua estreia na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Jair Bolsonaro fez um discurso no qual classificou como “falácia” a tese de que a Amazônia “é patrimônio da humanidade” e criticou o que chamou de “espírito colonialista” de países que recentemente questionaram o compromisso do País com a preservação ambiental. Durante sua fala de 32 minutos, recheada de referências religiosas, Bolsonaro surpreendeu ao não adotar uma retórica conciliatória. Ele reforçou na tribuna internacional o discurso mais ideológico ao afirmar que o Brasil esteve “à beira do socialismo” e atacar adversários políticos e países como Cuba e Venezuela. A Assembleia-Geral da ONU se tornou, na prática, o maior teste de política externa de Bolsonaro. Para observadores das relações exteriores, o discurso do brasileiro, com foco no confronto, rompeu uma tradição da diplomacia brasileira, baseada na moderação e no pragmatismo, e pode causar prejuízos futuros para setores exportadores e a consolidação de acordos de livre-comércio.

O conteúdo da fala, contudo, agradou aos políticos alinhados ao presidente. Ao rebater as críticas envolvendo as queimadas na Amazônia, o presidente brasileiro reiterou a tese da defesa da soberania nacional. Ele fez menção direta à França, país que esteve na linha de frente das críticas ao Brasil na discussão sobre a preservação da floresta. Bolsonaro voltou a sustentar a teoria de que as nações que o criticam têm interesse comercial nas riquezas minerais do Brasil. E, neste tema, associou a mídia a mentiras. “Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista”, disse Bolsonaro, sem citar o presidente francês, Emmanuel Macron. Bolsonaro afirmou que a Amazônia não está sendo devastada e nem consumida pelo fogo.

Bolsonaro não citou nominalmente, mas deixou claro que suas críticas estavam direcionadas a líderes como Macron e saudou, como aliado, o americano Donald Trump. Ainda segundo Bolsonaro, a soberania do Brasil está sendo questionada. O brasileiro iniciou sua fala citando que assumiu um País que estava “à beira do socialismo”, fortemente influenciado por Cuba e Venezuela. O plenário estava com lotação praticamente completa durante o discurso de Bolsonaro. Perante líderes de outros 192 países, Bolsonaro afirmou que não se pode apagar “nacionalidades” em nome de um “interesse global abstrato”. Uma das líderes presentes para ouvir o brasileiro foi Angela Merkel, chanceler da Alemanha, que aplaudiu sem entusiasmo quando Bolsonaro encerrou seu discurso. Mais tarde, o presidente brasileiro negou ter sido agressivo e classificou o próprio discurso como objetivo e contundente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.