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24/Set/2019

Cúpula do Clima: aliança para proteger florestas

O presidente da França, Emmanuel Macron, e outros líderes mundiais apresentaram nesta segunda-feira (23/09), durante a Cúpula do Clima, em Nova York, a formação de uma aliança, sem o Brasil, para proteger a Amazônia e outras florestas tropicais. O plano foi lançado às vésperas da abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e inclui nova ajuda de doadores internacionais, entre elas US$ 100 milhões (cerca de R$ 418 milhões) do governo francês. O encontro contou com apenas o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), como representante brasileiro, mas mesmo ele, que tinha chegado a ser convidado por Macron a se pronunciar, acabou não tendo espaço de falar após oposição feita pelo governo da Colômbia. Houve uma pressão do Itamaraty para que o governador do Amapá não falasse visto que o governo federal não estaria presente. O evento ocorreu de manhã, e o presidente Jair Bolsonaro só chegaria à tarde. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estava em Nova York, assim como o chanceler Ernesto Araújo, que preferiu participar de um evento do Grupo de Lima e depois de uma reunião sobre liberdade religiosa.

Macron, que em agosto mobilizou ajuda com urgência em razão das queimadas na Amazônia, durante o G7, envolveu-se em uma longa polêmica com o presidente Jair Bolsonaro, que acusou o presidente francês de se intrometer em assuntos nacionais. Nesta segunda-feira (23/09), o presidente da França criticou a ausência do Brasil, que detém mais de 60% de todo o bioma amazônico, dividido com outros 8 países. Depois, Macron ainda questionou o posicionamento do País em relação ao Fundo Amazônia. Ele se disse perturbado com Fundo Amazônia, que foi suspenso porque o Brasil não cumpriu a integralidade dos critérios que foram definidos, uma referência à suspensão de parte dos repasses por Noruega e Alemanha, os dois principais colaboradores do fundo. O governador do Amapá, que estava representando os Estados da Região Amazônica como presidente do Consórcio da Amazônia Legal, afirmou ser lamentável não ter tido chance de se pronunciar, pois é um debate importantíssimo. Há pessoas do mundo inteiro se posicionando sobre a Amazônia e não teve ninguém do governo brasileiro falando.

No evento, que contou com os presidentes da Colômbia, Iván Duque, da Bolívia, Evo Morales, da primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e do presidente do Chile, Sebastião Piñera, houve anúncio de liberação de recursos de US$ 500 milhões do Banco Mundial, do Banco Interamericano de Desenvolvimento e da ONG Conservação Internacional para ajudar a proteger as florestas tropicais do mundo. O ministro Ricardo Salles, que não se manifestou até o momento sobre a ausência do Brasil no encontro. Também discursaram no ato vários líderes indígenas latino-americanos e o secretário-geral da ONU, António Guterres, que destacou a urgência de agir para proteger a Amazônia e outras florestas tropicais. O problema do desmatamento é global. Ainda participou do evento o ator Harrison Ford, em nome da Conservação Internacional, para anunciar uma ajuda de US$ 20 milhões da ONG e insistir na importância de deixar de lado os debates e agir. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.