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23/Set/2019

Crescimento global será o mais fraco da década

O mundo terá em 2019 o crescimento mais fraco desde a crise financeira internacional de uma década atrás, conforme a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A expectativa para este ano é de uma expansão de 2,9% e, para, 2020, de 3,0%. A perspectiva global tornou-se cada vez mais frágil e incerta, conforme o relatório "Previsões Econômicas Interinas" de setembro, divulgado pela OCDE. No título do capítulo que trata das projeções, a instituição faz um alerta. "Aviso: baixo crescimento à frente". Pior do que o cenário já considerado até aqui - e que embute diminuições de 0,3 ponto porcentual para este ano e de 0,4 ponto porcentual para o próximo em relação ao documento de maio -, a instituição revela que os riscos de novas quedas das projeções continuam a aumentar. A escalada das tensões das políticas comerciais está afetando cada vez mais a confiança e o investimento, acrescentando incerteza política, ponderando o sentimento de risco nos mercados financeiros e colocando em risco as perspectivas para o crescimento futuro.

A Organização ressaltou que o crescimento foi revisado em quase todas as economias do G-20 (as 20 maiores do planeta) em 2019 e 2020, particularmente nas que estão mais expostas ao declínio do comércio e do investimento globais que se estabeleceu neste ano. A ruptura no comércio e nas cadeias de suprimentos internacionais é um empecilho à demanda, mas também tem custos de crescimento de longo prazo por meio da redução da produtividade e de incentivos ao investimento, conforme o relatório. Para a OCDE, até agora, a produção do setor de serviços se sustentou devido à sólida demanda do consumidor, mas o persistente enfraquecimento dos setores manufatureiros vai diminuir a demanda por trabalho, renda e gastos das famílias. O documento prevê que o crescimento na China deve se moderar gradualmente, mas os riscos de uma desaceleração mais acentuada e prolongada do período de demanda de importação muito fraca estão se intensificando.

No ano passado, o país cresceu 6,6% e a instituição prevê uma expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 6,1% em 2019 e de 5,7% em 2020. Para a Europa, a entidade menciona a persistência de uma incerteza substancial sobre o momento e a natureza da retirada do Reino Unido da União Europeia (UE), o chamado Brexit. Uma saída sem acordo seria cara no curto prazo, potencialmente pressionando o Reino Unido para uma recessão em 2020 e reduzindo consideravelmente o crescimento no continente. Por enquanto, as estimativas para o PIB britânico são de expansão de 1% e 0,9%, respectivamente para este e o próximo ano. A OCDE também ressaltou que permanecem significativas as vulnerabilidades do mercado financeiro devido às tensões entre crescimento lento, alta dívida e deterioração da qualidade do crédito. Um esforço coletivo é urgente para interromper o aumento de tarifas e subsídios que distorcem o comércio e restaurar um sistema transparente e previsível baseado em regras que incentivem as empresas a investir.

O documento foi produzido antes da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), mas salientou que esse setor deve permanecer altamente acomodatício nas economias avançadas. E recomendou: a eficácia da política monetária acomodatícia poderia ser aprimorada se acompanhada de apoio à política fiscal e estrutural. A política fiscal precisa assumir um papel maior no apoio ao crescimento nas economias avançadas, enfatizou a OCDE, acrescentando que taxas de juros excepcionalmente baixas oferecem uma oportunidade de investir em infraestrutura que suporta demanda de curto prazo e oferece benefícios para o futuro. É necessária, conforme a Organização, uma maior ambição de reforma estrutural em todas as economias para ajudar a compensar o impacto dos choques negativos de oferta, devido à crescentes restrições ao comércio e ao investimento internacional e padrões de vida e oportunidades de médio prazo. Na zona do euro, o uso de políticas fiscais e estruturais juntamente com a política monetária seria mais eficaz para o crescimento e criaria menos distorções do que continuar a depender principalmente da política monetária. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.