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16/Set/2019

Queimadas: MT e MS em estado de emergência

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o número de incêndios no Pantanal, de 1º de janeiro a 11 de setembro deste ano, cresceu 334% em relação ao mesmo período de 2018, de 1.039 para 4.515. Os focos fizeram os dois Estados que abrigam o bioma, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, decretarem emergência. Considerando o aumento percentual de queimadas, a alta observada no Pantanal é maior do que a da Amazônia. Em agosto, o número de focos no bioma Amazônia foi 196% maior do que no ano passado. De 1º de janeiro a 11 de setembro, o número de focos na região foi de 55.131, alta de 43% em relação ao mesmo período do ano passado. Em apenas 11 dias, o número de focos de queimadas no Pantanal já supera em 72% o registrado em todo o mês de setembro do ano passado. Até o dia 11 de setembro, o Programa Queimadas, do Inpe, relatou 1.350 focos na região, ante 785 em setembro inteiro do ano passado.

O fogo atinge o Mato Grosso do Sul como um todo: o número de incêndios no ano mais que triplicou este ano, subindo de 1.902 para 6.301. Até o dia 12 de setembro, o fogo havia consumido 1 milhão de hectares, segundo estimativa do Ibama. O decreto, assinado pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), foi publicado no Diário Oficial e visa a garantir recursos e apoio do governo federal para o combate às chamas que avançam sem controle por áreas rurais de Aquidauana, Anastácio, Dois Irmãos do Buriti, Corumbá, Ladário, Bonito, Miranda, Porto Murtinho e Bodoquena. O governo do Estado considera o mês de setembro como o mais crítico para incêndios florestais em razão da estiagem de quase 60 dias, a baixa umidade do ar e os alertas para ondas de calor no Estado, com alto risco à população. Em Mato Grosso, os 8.030 focos relatados em agosto já apontavam para um crescimento de 230% em relação a 2018.

Como o Estado sofre com um período de estiagem de quatro meses, e não há previsão de chuvas até o fim do mês, a solução foi declarar emergência. A baixa umidade relativa do ar, de até 7%, também aumenta o risco de incêndios florestais e problemas de saúde. Uma situação de emergência vigora por 180 dias e autoriza a mobilização de toda a estrutura do Estado em ações de resposta ao desastre. O governo pode, por exemplo, convocar voluntários para reforçar o aparato oficial. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul, o número de focos sofreu alteração drástica nos últimos dias e o fogo se expandiu velozmente. O Corpo de Bombeiros deslocou 200 homens, incluindo militares que estavam de folga, para as frentes de combate às chamas, mas espera por reforços em pessoal e equipamentos do Ministério da Integração Regional e do Exército. Foi pedido também apoio operacional às empresas de celulose e entidades ligadas ao agronegócio.

No dia 12 de setembro, o governo esperava a chegada de aeronaves pedidas ao Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), órgão do ministério, para se juntar aos dois aviões que estão na área. Foi constatado que os focos de maior gravidade estão na região do Pantanal e em sua borda, abrangendo os municípios de Aquidauana, Miranda e Corumbá. O fogo mais intenso consumia matas da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estância Caiman, um polo de turismo ecológico importante do Pantanal, que desenvolve projetos de preservação da fauna. Um avião agrícola é usado no combate às chamas. As queimadas lançaram uma cortina de fumaça sobre a capital, Campo Grande, e os pilotos que usavam o aeroporto internacional precisaram recorrer ontem à ajuda de instrumentos por falta de visibilidade. Corumbá, no Pantanal Sul, assumiu a liderança no ranking nacional de queimadas, com 1.834 focos este ano e 634 só este mês. Nas últimas 48 horas, no Estado, houve 397 novos pontos de fogo, 90% deles criminosos, segundo o governo. A população local e da vizinha Ladário, que está a pouco mais de 5 Km de distância, sofre com as consequências da fumaça proveniente do Pantanal e da Bolívia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.