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09/Set/2019

IPCA: alimentos têm variação negativa em agosto

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,11%, ante um avanço de 0,19% em julho. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,54%. O IPCA em 12 meses ficou em 3,43%. O grupo Alimentação e Bebidas saiu de uma leve alta de 0,01% em julho para um recuo de 0,35% em agosto. A contribuição do grupo para a inflação saiu de zero para -0,09% no período. Os alimentos para consumo no domicílio recuaram 0,84% em agosto. A contribuição negativa mais intensa no grupo foi do tomate, que ficou 24,49% mais barato no mês, um impacto de -0,08% para a inflação.

As famílias também pagaram menos pela batata-inglesa (-9,11%), hortaliças e verduras (-6,53%) e carnes (-0,75%). Por outro lado, houve reajuste nos preços das frutas (com alta de 2,14% e impacto de 0,02%) e da cebola (alta de 7,05% e contribuição de 0,01%). Os custos da alimentação fora de casa subiram 0,53% em agosto, com pressões da refeição (0,52%) e do lanche (0,47%).

A tarifa de energia elétrica teve uma alta de 3,85% em agosto, após já ter aumentado 4,48% em julho. O item deu a maior contribuição para a inflação do mês, 0,15%. Teve uma mudança de bandeira tarifária, era amarela em julho, e agora tem a bandeira vermelha patamar 1 em agosto, isso acabou pesando. O gasto das famílias com Habitação subiu 1,19% em agosto, respondendo por uma contribuição de 0,19% para o IPCA. O gás encanado subiu 0,46% em agosto, em consequência do reajuste de 0,99% nas tarifas do Rio de Janeiro no início do mês. O gás de botijão ficou 0,93% mais barato, depois que a Petrobras anunciou uma redução de 8,17% no preço do botijão de gás de 13 Kg nas refinarias, a partir de 5 de agosto. A taxa de água e esgoto aumentou 1,34%, devido a reajustes em Goiânia, Porto Alegre, Belo Horizonte, Vitória e Recife. As passagens aéreas pesaram menos no bolso das famílias em agosto, com redução de 15,66% nas tarifas.

O item teve o impacto negativo mais intenso na inflação do mês, -0,08%, ao lado do tomate (queda de 24,49% e contribuição também de -0,08%). As passagens aéreas vinham de altas intensas nos dois meses anteriores: 18,90% em junho e 18,63% em julho. É normal ter queda nas passagens aéreas em agosto, pois a base é mais alta por conta das férias de julho. O grupo Transportes saiu de uma redução de 0,17% em julho para queda de 0,39% em agosto. A contribuição do grupo para a inflação passou de -0,03% para -0,07% no período. Os combustíveis tiveram leve alta de 0,01% em agosto. A gasolina ficou 0,45% mais barata, enquanto o óleo diesel caiu 0,76%. O etanol subiu 2,30% em agosto. Ainda em Transportes, o ônibus intermunicipal aumentou 0,38%, puxado pelo reajuste médio de 4,48% nas passagens intermunicipais de longo curso em Porto Alegre a partir de 1º de agosto. A inflação de serviços desacelerou de 0,46% em julho para 0,07% em agosto.

No entanto, a taxa de inflação de serviços acumulada em 12 meses subiu de um aumento de 3,73% em julho para 3,96% em agosto. A inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acelerou na passagem de julho para agosto, de avanço de 0,40% para 0,60%. A taxa de inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acumulada em 12 meses passou de 3,24% em julho para 3,74% em agosto. A taxa de inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em patamar considerado confortável, a despeito da aceleração em relação ao patamar de julho. O IPCA de 12 meses está dentro da meta oficial, dentro do patamar confortável (meta de inflação de 4,25% para 2019, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional - CMN e perseguida pelo Banco Central - BC). A inflação em 12 meses passou de 3,22% em julho para 3,43% em agosto. O IPCA de agosto de 2019 foi de 0,11%, contra uma deflação de 0,09% registrada em agosto de 2018. A taxa do IPCA em 12 meses acelerou por conta da influência da greve de caminhoneiros em agosto de 2018.

A deflação de agosto do ano passado sofreu influência de um ajuste dos preços após avanços exacerbados percebidos no pós-greve. A recuperação ainda lenta e gradual do consumo das famílias descarta uma eventual ameaça de pressão de demanda sobre a inflação oficial no País. O consumo das famílias tem tido crescimento lento e gradual. A taxa de desocupação caiu, mas essa criação de empregos tem se dado, principalmente, pela informalidade, que normalmente paga salários mais baixos. A massa de salários está estável. Então, é difícil pensar em inflação de demanda com essa recuperação lenta e baseada na informalidade. A boa notícia para a inflação no País nos próximos meses pode vir do campo. A nova safra recorde de grãos prevista para este ano tem potencial para manter os preços dos alimentos comportados. A safra recorde de 2017 se refletiu em quedas nos preços dos alimentos. Porém, não dá para ter certeza absoluta, ainda depende de fatores como chuvas e condições climáticas.

Os preços dos alimentos recuaram 0,35% em agosto, após a leve alta de 0,01% registrada em julho. Nos primeiros meses do ano, houve problema de chuvas. Isso gerou restrição de oferta. Agora, com o clima mais ameno, melhorou a oferta. Três entre nove grupos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram deflação em agosto. Os destaques foram as quedas de 0,35% nos custos com Alimentação e bebidas e de 0,39% nas despesas com Transportes. Os gastos com Saúde e cuidados pessoais diminuíram 0,03%. Houve desaceleração no ritmo de alta do plano de saúde, de 0,79% em julho para 0,03% em agosto, enquanto o item higiene pessoal teve recuo de 0,75%, embora menos intensa do que no mês anterior, quando caiu 2,01%. Na direção contrária, as despesas aumentaram nos grupos Habitação (1,19%), Vestuário (0,23%), Artigos de residência (0,56%), Despesas pessoais (0,31%), Educação (0,16%) e Comunicação (0,09%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.