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03/Set/2019

Alimentos orgânicos: consumo crescendo no Brasil

De acordo com pesquisa do Conselho Brasileiro da Produção Orgânica e Sustentável (Organis), o consumo de alimentos orgânicos cresceu no País. Dos 1.027 entrevistados entre 7 de maio e 13 de junho, 19% afirmaram ter consumido alimentos orgânicos nos últimos 30 dias, ante 15% em levantamento feito em 2017, aumento de 4%, mesmo em anos de crise econômica. Esse avanço é sinal do maior nível de consciência do consumidor. A indicação disso é que "saúde" foi apontado como principal motivo das aquisições por 84% daqueles que compram orgânicos. Outro destaque é que cada vez mais consumidores de orgânicos estão cientes da obrigatoriedade do selo que identifica que o produto é orgânico, 90% entre os que declararam comprar esses vegetais com frequência. O selo é concedido pelo Ministério da Agricultura.

Essa percepção aumentou 12%, pois em 2017, 78% sabiam que o selo era obrigatório. O que chama a atenção também é que as frutas "correram por fora" e desbancaram a alface na preferência dos consumidores de orgânicos. Se em 2017 apenas 7% citaram frutas entre os vegetais orgânicos mais consumidos, neste ano o percentual foi de 25%, superando a hortaliça, que anteriormente era indicada por 33% dos pesquisados e, agora, 21%. Na pesquisa de 2019 foi indagado também a frequência com que os consumidores de orgânicos adquirem esses produtos. O levantamento apontou que 33% o fazem uma vez por semana; 16%, duas vezes por semana; outros 16%, três a cinco vezes por semana e 36% mais de cinco vezes por semana, denotando a fidelidade do público que opta por vegetais cultivados sem adubos químicos ou agrotóxicos.

Embora os supermercados sejam os principais distribuidores de produtos orgânicos do País, a ampla maioria, ou 87%, ainda prefere adquiri-los nas feiras. O preço é o que ainda pesa, pois 65% dos consumidores de orgânicos não ampliam suas aquisições por causa do preço, embora 67% (daqueles 19% que consomem orgânicos) digam que "há grande disposição" em aumentar a cesta com esses produtos. De todo modo, há uma tendência em gastar mais com vegetais livres de agrotóxicos: quem declarou ter comprado orgânicos na pesquisa gasta, em média, R$ 400,00 por mês, ante R$ 340,00 dos que preferem o produto convencional. Além disso, 37% dos que consumiram orgânicos nos últimos 30 dias disseram estar dispostos a pagar até 10% mais por um produto deste tipo. O critério pelo qual se escolhem produtos orgânicos é pela "aparência" (58%) e "preço" (48%).

Sob este aspecto, 75% acham produtos orgânicos "muito mais caros" (34%) ou "mais caros" (41%), embora 48% entendam que a valorização desses alimentos é justificada, pelo fato de o processo de fabricação envolver custos maiores. Outro gargalo a ser resolvido pela cadeia produtora de orgânicos no País é a distribuição. Do universo total de entrevistados (1.027 pessoas), 47% consideraram "difícil" ou "muito difícil" encontrar orgânicos em sua região. E 27% consideraram "muito fácil" ou "fácil". O consumidor de orgânicos também é mais ambientalmente sustentável, pois 79% disseram ter preocupação com áreas verdes, ante 55% dos que não consomem orgânicos. Além disso, 42% dos primeiros separavam lixo, ante 36% dos segundos. Por fim, 29% dos consumidores de orgânicos compram produtos biodegradáveis, ante apenas 10% dos não consumidores.

O fato de 65% dos consumidores de orgânicos entrevistados terem intolerância à lactose também chamou a atenção. Além disso, 26% têm alergia a frutos do mar e 7% têm intolerância a glúten. Pela primeira vez, a pesquisa incluiu a Região Norte do País. No levantamento de 2017, apenas as Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste foram mapeados. A Região Sul permanece na liderança na aquisição de orgânicos, detendo 23% dos entrevistados que se declararam consumidores desses artigos. Em seguida vêm a Região Nordeste, com 20%; Região Sudeste, com 19%; Região Centro-Oeste, com 17% e Região Norte, com 14%.

As capitais visitadas para o levantamento foram Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Manaus, Goiânia e Brasília. A faixa etária do público pesquisado variou de no mínimo 18 até 82 anos, com média de 40 anos. A maior parte dos consumidores de orgânicos está na faixa entre 25 e 44 anos (47%) e tem o ensino médio (42%), ante apenas 22% do ensino superior. Além disso, em relação à renda, 61% tinha ganhos entre R$ 999,00 e R$ 4.990,00 sendo que 58% dos entrevistados era assalariado ou autônomo. A grande maioria do público pesquisado era das classes C1 e C2 (ou 62%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.