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02/Set/2019

Mercosul-UE: acordo comercial deve ser mantido

A recente crise ambiental na Amazônia que afetou a imagem externa do Brasil acende uma luz amarela em relação aos acordos que estão sendo negociados com vários países. A polêmica preocupa mais pelo possível impacto nessas novas parcerias do que propriamente por um efeito negativo no entendimento entre Mercosul e União Europeia. A maior preocupação é com Canadá e Japão, que podem colocar na negociação novas exigências que não estariam na mesa não fosse o imbróglio. Hoje, é baixa a preocupação de que o acordo com a União Europeia seja descartado ou arquivado. Isso porque há um interesse econômico forte da Europa. A França, país que tem se mostrado mais resistente, é um dos maiores investidores estrangeiros diretos no Brasil e tem grande interesse de que o acordo vá adiante.

A questão são os novos acordos, pois há uma preocupação de que exigências que não existiriam antes, agora passem a ser cobradas nas negociações. O Brasil e o Mercosul tentam acordos com vários países, destacadamente Cingapura, Canadá, México, Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Há uma preocupação especial com Canadá e Japão. O primeiro-ministro do Canadá tem uma agenda progressista, a agenda ambiental é muito cara ao país. O Japão também, mesmo com todas as críticas que se faz a eles sobre meio ambiente, sobre pesca. A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) lembra que o Japão tem regras sanitárias muito rígidas. Hoje, uma série de produtos não consegue acesso ao país, que é muito exigente.

Por outro lado, há poucas chances de problemas com Estados Unidos e México, por exemplo. Existe uma pauta muito específica de cada acordo comercial e as influências podem variar desde o termômetro da opinião pública sobre líderes e partidos, até pressões econômicas disfarçadas de interesse ambiental. Historicamente, a Europa costuma fazer mais “barulho” pela questão ambiental do que outras regiões. Há 25 países que querem manter o acordo e dois reclamando (França e Irlanda). Embora precise de unanimidade, o acordo foi alcançado. Mesmo que outros grupos coloquem dificuldades, um acordo comercial representa um equilíbrio de interesses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.