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29/Ago/2019

Brasil enfrenta dificuldades para sair da recessão

Segundo estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), a economia brasileira tem experimentado um crescimento bastante lento nos últimos dois anos e meio. Apesar de ter iniciado um processo de recuperação, pós-recessão, no primeiro trimestre de 2017, este pode ser considerado o período de expansão mais fraco dos últimos quarenta anos. Em meio à crise fiscal, essa é a primeira vez que o governo ainda não conseguiu contribuir para a recuperação da economia. Nos 11 trimestres em que a recessão durou no País, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou uma retração de 8,2%. Desde que começou a crescer, no primeiro trimestre de 2017 até o primeiro trimestre de 2019, a economia só avançou 3,2%. Sob a ótica da oferta, sete entre as doze atividades econômicas estão operando aquém do período pré-crise, com o pior crescimento por trimestre em períodos de expansão desde 1980. Ainda não conseguiram se recuperar das perdas a indústria de transformação, construção, comércio, informação e comunicação, transporte e armazenamento, atividades financeiras e outros serviços. Mesmo que estejam crescendo, elas não conseguiram se recuperar.

Das oito atividades que retraíram na recessão, apenas os serviços imobiliários já se recuperaram após 20 trimestres. No período de recessão, o PIB perdeu R$ 25,593 bilhões. Em meio ao cenário de retomada lenta, o País conseguiu recuperar, em termos nominais, apenas R$ 9,208 bilhões até o primeiro trimestre desse ano. Faltam mais R$ 16,385 bilhões para voltar ao pré-crise. Depois de mais de dois anos de crescimento, o PIB ainda permanece 5,3% abaixo do nível pré-recessão. O levantamento considerou o comportamento do PIB e dos segmentos de atividade econômica por um período de 20 trimestres, a contar do início de cada período recessivo registrado no Brasil nos últimos 40 anos. Desde 1980, o Brasil esteve em recessão por nove vezes. Passados 20 trimestres desde o início do período recessivo, a economia tinha conseguido superar o patamar pré-crise em todas as ocasiões, exceto nas recessões de 1987 (quando permanecia 3,1% aquém do pré-crise) e, agora, na de 2014 (-5,3%).

É curioso porque a recessão de 87 teve mais de um período recessivo dentro desse período de recuperação de 20 trimestres (a recessão de 1989). Mesmo assim, essa recuperação da recessão que ocorre agora é a que está em pior nível. Uma das explicações para a dificuldade da recuperação é que o consumo do governo não tem conseguido ajudar no processo de retomada da economia devido ao momento de crise fiscal. Desde que a recessão terminou, o consumo do governo teve leve redução de 0,1%, praticamente estagnado. Em relação ao patamar pré-crise, houve uma retração de 1,2% no consumo do governo, ou seja, a administração pública ainda não contribuiu para a recuperação da economia desde a última crise. A administração pública normalmente crescia durante as recessões, porque era uma forma de o governo tentar ativar a economia. Então, acabava investindo e ajudando a movimentar um pouco a economia. Mas, agora, sem dinheiro, com essa relação dívida x PIB alta, o governo está sem recursos para poder investir. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.