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28/Ago/2019

Agropecuária brasileira: uma atividade sustentável

O setor agropecuário brasileiro tem sido cada vez mais sustentável em suas atividades e avançado em produtividade mais do que em aumento de área. O País deve expandir exponencialmente sua produção agrícola e pecuária sem necessidade de desmatar mais. O Brasil utiliza apenas 8% de seu território para a agricultura e preserva quase 60% da área com mata nativa. Dos 851 milhões de hectares do território nacional, apenas 65 milhões são ocupados com lavouras e 496 milhões de hectares ainda estão preservados. Os dados são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), dos Ministérios da Economia e da Agricultura, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), do Banco Mundial e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), entre outras instituições. Um número ainda sensível para o setor agropecuário, mas que já começa a ser modificado, é o total da área de pastagens degradadas do País.

As pastagens representam 158 milhões de hectares (18% do território brasileiro), sendo que praticamente 75% da área está em estágio avançado de degradação ou moderadamente degradada. Os 25% restantes estão em boas condições. Entretanto, a intensificação da atividade pecuária, que permite a ocupação dos pastos degradados por lavouras, tem sido aplicada e é tendência irreversível. Tanto que o "extremo" da tecnologia em bovinocultura, que é a criação confinada de animais, tem aumentado no Brasil, liberando cada vez mais área principalmente para grãos, que permite um uso mais racional do solo, com rotação de culturas e pelo menos duas safras em uma mesma área no ano. Entre 2001 e 2015, houve avanço médio anual de 6,1% no número de rebanhos confinados no País. Em 2001, um total de 2,1 milhões de cabeças foram confinadas e, em 2015, mais que o dobro, ou 5,1 milhões de cabeças.

Assim, conforme se amplia a competição por área para a agricultura, a tendência é a pecuária se intensificar. Deverá haver uma migração inevitável no sistema de produção extensiva para o sistema intensivo. Em 2025, o País deve confinar 9,6 milhões de cabeças de gado, um avanço médio anual de 8,4%. Nas áreas ocupadas por agricultura, há técnicas largamente utilizadas, como integração lavoura-pecuária (ILP), em que as duas atividades se alternam e contribuem para recuperação do solo, e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), que inclui a silvicultura como fonte adicional de renda. A soja, principalmente, tem se expandido nas áreas de pastagens, garantindo sua recuperação, e de milho 2ª safra. O Brasil ainda tem área para expansão de culturas sem desmatamento e potencial para aumento do consumo interno e das exportações de soja e milho. Em termos de produtividade e de produção, a pecuária também se modernizou.

Em 1998, de 17,085 milhões de bovinos abatidos, a média de peso da carcaça era de 228 Kg. Em 2018, abateram-se 32,04 milhões de bovinos (87% mais) com peso médio 10% maior, de 250 Kg na carcaça. Além disso, exigências externas forçarão cada vez mais uma mudança na cronologia da pecuária brasileira, que atualmente abate um animal com 36 meses, em média. O Brasil deverá produzir, até 2030, 37% mais soja, 56% mais milho, 42% mais trigo, 28% mais carne suína, 38% mais carne de frango, 23% mais carne bovina e 33% mais açúcar em relação aos níveis atuais. Todo esse avanço se dará principalmente em ganhos de tecnologia, e não em expansão de área, como tem sido desde 1981, quando a agropecuária avançou 540% mais em produção e 220% mais em área plantada. Ou seja, usou proporcionalmente menos terra para produzir mais.

No caso do milho, de 2000 para cá houve ganho de 75% e uma economia de 13 milhões de hectares, ou seja, se o aumento da produção se desse apenas em expansão da área e não por ganhos tecnológicos, seriam necessários mais 13 milhões de hectares de área para a produção atual. No caso da soja, no mesmo período, a economia de área foi de 8 milhões de hectares, com ganhos de produtividade de 23% para a oleaginosa. No café, 1 milhão de hectares foram economizados, mesmo com a expansão da produção em 58%. Outra importante cultura, o algodão, economizou 900 mil hectares ao ganhar, no período, 58% em produtividade. No meio dessa celeuma toda em relação ao meio ambiente e à agropecuária brasileira, é bom que se apresente as notícias positivas do setor e o que ele está fazendo para produzir de forma sustentável. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.