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27/Ago/2019

Imagem do Brasil é “queimada” na mídia global

A imagem do Brasil continua “queimada” na mídia internacional. Em reportagem publicada no sábado passado, o jornal The New York Times aponta que as medidas de fiscalização contra o desmatamento no Brasil, pela “principal agência ambiental do País” caíram 20% nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com igual intervalo do ano passado. A publicação pontua a redução na fiscalização às áreas desmatadas ao relacionar a prática ilegal com as queimadas que vêm ocorrendo na região amazônica. “Cientistas que estudam dados de imagens de satélite dos incêndios na Amazônia disseram que a maioria dos incêndios está ocorrendo em terras agrícolas onde a floresta já havia sido derrubada”, informa o artigo. Citando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os repórteres Rebecca Lai, Denise Lu e Blacki Migliozzi destacam que até agosto houve 35% mais incêndios do que a média dos últimos oito anos.

“Os incêndios não são um fenômeno natural nessas florestas. Todos os incêndios nesta região são causados por pessoas”, disse o especialista em incêndios e ecologia na Universidade de Maryland, Mark Cochrane, à reportagem do NYT. Para o periódico norte-americano, a maioria dos incêndios foi provavelmente definida por agricultores preparando a terra para o plantio da próxima safra. “O aumento de incêndios entre agosto e outubro coincide com a temporada em que os agricultores começam a plantar soja e milho”, aponta a reportagem, mencionando mapas feitos com imagens de satélites das agências Nasa, Terra e Aqua. A reportagem afirma também que a maioria das terras agrícolas em uso na região amazônica do Brasil “foi criada através de anos de desmatamento”. As queimadas na Amazônia continuaram fortes no noticiário europeu.

O canal de notícias da televisão britânica BBC repetiu uma longa reportagem sobre o tema, citando a possível discussão na cúpula dos países ricos (G-7), na França, consultando especialistas e reproduzindo trechos do pronunciamento feito na sexta-feira passada em rede nacional pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Também são mencionadas declarações de chefe de Estado e de governo sobre o tema e avaliações de países vizinhos, incluindo depoimentos de índios preocupados com a destruição da Terra. O jornal do Reino Unido The Guardian também registrou o discurso do presidente na TV para criticar a “desinformação” sobre a crise na Amazônia, argumentando que não pode ser usada como pretexto para sanções. O periódico enfatizou a declaração de um “profundo amor” feita por Bolsonaro pela floresta tropical, à medida que as críticas se intensificam.

O jornal francês Le Monde registrou que os incêndios causaram uma crise diplomática entre o Brasil e a França, depois que o presidente Emmanuel Macron acusou Bolsonaro de “mentir” sobre seus compromissos ambientais. Em resposta, o brasileiro disse que a fala de Macron denuncia uma "mentalidade colonialista”. O também francês Le Figaro, por sua vez, destacou a autorização dada por Bolsonaro para o envio do Exército para combater incêndios na Amazônia em um momento em que a pressão internacional está aumentando contra as políticas de clima do presidente conservador. “A magnitude dos incêndios na maior floresta tropical do mundo - cerca de 700 novos incêndios registrados em 24 horas na quinta-feira - é de extrema preocupação para a comunidade internacional, que ignorou as acusações do presidente de interferência “colonialista” no Brasil.” descreveu.

O presidente francês Emmanuel Macron decidiu se opor ao acordo comercial da União Europeia (UE). A Irlanda também ameaçou votar contra o acordo se o Brasil não proteger a Floresta Amazônica. A Finlândia, que detém a presidência rotativa da UE, anunciou no sábado que vai propor aos seus pares a proibição da importação de carne brasileira para protestar contra a resposta de Bolsonaro aos incêndios. O jornal português Diário de Notícias traz um perfil do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles: “Quem é o ministro do ambiente que queria correr a esquerda a tiro”. Na apresentação, o veículo de comunicação apresentou um cartaz de campanha. “Contra a praga do javali, contra o roubo de trator, de gado e de insumos, contra a esquerda e o Movimento dos Sem Terra, contra a bandidagem no campo, bala: vote Ricardo Salles, do Partido Novo.” Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.