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26/Ago/2019

Dólar atinge maior patamar desde setembro/2018

O dólar voltou a subir forte ante o Real na sexta-feira (23/08), fechando no maior patamar em quase um ano, acima de R$ 4,12, com o mercado doméstico sob intensa pressão decorrente do arisco ambiente externo e de reveses do lado da agenda de reformas do governo. O dólar à vista fechou em alta de 1,15%, a R$ 4,1244. É o maior patamar para um encerramento desde 18 de setembro de 2018. O dólar terminou a sessão a 1,73% do recorde de fechamento do Plano Real (R$ 4,1957, de 13 de setembro de 2018). No pico intraday, a moeda bateu R$ 4,1330. O mercado já acordou com a China tendo anunciado tarifas retaliatórias contra bens norte-americanos.

Posteriormente, declarações do chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, ajudaram a acalmar os mercados e a levar o dólar à mínima do dia (de R$ 4,0510). Mas, na sequência, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse, em tom de ameaça, que anunciaria resposta às tarifas chinesas, reavivando temores de uma intensificação do embate comercial entre as duas maiores economias do mundo, que tem prejudicado a demanda por ativos de risco e elevado receios de recessão. Como resultado, o dólar acelerou os ganhos frente a moedas emergentes e aprofundou as quedas contra divisas consideradas refúgio, sobretudo iene e franco suíço.

Aqui, o salto da cotação do dólar, que fez a moeda rapidamente deixar para trás níveis de resistência técnica, começa a levantar no mercado discussões sobre se o Banco Central deveria ser mais agressivo a fim de conter distorções no mercado, uma vez que o real mais uma vez esteve entre as divisas de pior desempenho na sessão. Entre as distorções, a taxa do casado (cupom cambial de curtíssimo prazo) disparou para 6%, contra patamares mais usuais em torno de 2,5%. É justamente para aliviar essa taxa, vista como juro em dólar e termômetro da percepção de liquidez no mercado à vista, que o BC começou a fazer leilões de venda direta de dólares no mercado à vista, depois de uma década sem recorrer a esse instrumento.

O mercado também reagiu ao risco de eventuais barreiras comerciais aos produtos agrícolas brasileiros na esteira da repercussão das queimadas na Amazônia. Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os US$ 550 milhões ofertados no mercado à vista. Em agosto, o Real acumula desvalorização de 7,45%, o que deixa a moeda brasileira na vice-liderança das maiores perdas no mês nos mercados de câmbio, atrás apenas do tombo de 20,6% do peso argentino. Mas esse movimento pode estar exagerado. Após desvalorizar 7,5% no mês, o Real está muito defasado dos pares e o Brasil ainda tem bons fundamentos para outperformar (ter performance melhor que seus pares). Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.