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23/Ago/2019

Ibama comprará novo sistema de monitoramento

O Ibama publicou o edital para compra de um novo sistema de monitoramento que o governo pretende adotar, com o propósito de apurar novas informações sobre o desmatamento na região amazônica. Em seu "chamamento público", o órgão do Ministério do Meio Ambiente afirma que pretende fazer a "prospecção de empresas especializadas no fornecimento de serviços de monitoramento contínuo", com o uso de imagens de satélites "de alta resolução espacial para geração de alertas diários de indícios de desmatamento (revisita diária)". A decisão é assinada pelo diretor de Proteção Ambiental do Instituto, Olivaldi Alves Borges de Azevedo. As propostas de interessados deverão ser feitas até 2 de setembro. Para especialistas no assunto, o edital estaria direcionado para aquisição de um produto norte-americano que é distribuído no Brasil pela empresa Santiago & Cintra. O sistema já é usado como um "teste gratuito" dentro do Ibama.

O produto é o mesmo que começa a rodar no Estado do Mato Grosso e já foi testado no Pará. O Planet, um sistema de mapeamento em alta resolução que pertence a uma companhia dos Estados Unidos, é fornecido localmente pela empresa brasileira Santiago & Cintra, do interior de São Paulo. Essa empresa, que é responsável por processar as imagens e interpretá-las, já realizou diversas reuniões com representantes do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente neste ano. O monitoramento do desmate motivou uma crise no governo após o presidente Jair Bolsonaro e integrantes de sua equipe questionarem os dados medidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em maio, foi divulgado que a Amazônia perdia 19 km² de floresta por hora. A partir daí, a divulgação sucessiva dos dados levou Bolsonaro a dizer que o Inpe divulgava dados mentirosos. A crise resultou na exoneração do presidente do instituto, Ricardo Galvão, que rejeitou qualquer tipo de manipulação. A demissão do chefe do órgão federal também foi alvo de críticas de cientistas.

Desde o início do ano, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tem dito que pretende usar um sistema privado. Em julho, ele usou imagens da tecnologia privada para contrapor captações feitas pelo Deter - sistema de alertas de desmate do Inpe - e exibir o que seriam imprecisões nas medições. Neste mês, o Ibama nomeou, por meio de portaria, uma "equipe de planejamento de contratação" para escolher o sistema que será comprado, algo estimado em aproximadamente R$ 7 milhões. O sistema de monitoramento da Amazônia usado pelo Inpe, segundo avaliação de Gilberto Câmara, diretor do secretariado do Grupo de Observações da Terra (GEO) e chefe do Inpe de 2006 a 2013, é a melhor ferramenta disponível para esse tipo de atividade no mundo e já inspirou a criação de sistemas similares em outros países. Segundo Gilberto Câmara, o governo criou uma dicotomia entre um sistema e grupo de imagens. O sistema brasileiro é o melhor que existe atualmente e é suficiente para fazer o trabalho a que se propõe, segundo ele. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.