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19/Ago/2019

Inflação poderá ficar abaixo dos 3,50% em 2019

Dada a decepção com a atividade econômica, o baixo nível dos núcleos da inflação e a ausência de choques no radar, está ganhando corpo no mercado a corrente que acredita que a taxa de inflação oficial pode ficar abaixo de 3,50% em 2019 e se aproximar mais do piso da meta (2,75%) do que do centro (4,25%). O risco para esse cenário, contudo, é uma depreciação maior do câmbio, mas, por ora, a avaliação é de que o repasse tende a ser limitado devido à forte ociosidade. Com o cenário de inflação bastante favorável, há espaço para o Banco Central ser audacioso no corte de juros. Nesse cenário, a taxa Selic pode ir a 4,50%, no caso de o câmbio voltar a ficar abaixo de R$ 4. Caso a moeda norte-americana se mantenha neste patamar por mais tempo, é difícil a taxa de juros furar o patamar de 5%.

Já se o dólar subir para R$ 4,20, o debate ficará para uma Selic mais alta, de 5,50%. Essas projeções atuais consideram que o dólar vai fechar 2019 em R$ 3,80 e 2020 em R$ 3,90. Mesmo a depreciação cambial recente não preocupa, visto que as commodities estão caindo, contrabalançando o efeito. Nos preços da gasolina, por exemplo, que têm sido o principal canal de repasse do câmbio atualmente, a Petrobras pode estar praticando preços mais competitivos diante do aumento do consumo de etanol. A gasolina deve ficar comportada nos próximos meses. Somado a isso, a nova política para os preços de gás de botijão, com a perspectiva de novas quedas em Alimentação e de que o ano terminará com bandeira verde indicam que a inflação deve surpreender para baixo mais um ano.

O viés é para baixo para a inflação no segundo semestre. O único risco é a Peste Suína Africana, com efeito sobre os preços de carnes, mas o efeito deve ficar mais para o ano que vem. Quanto a 2020, ainda há muitas incertezas no radar, como a própria Peste Suína e o efeito da reponderação dos itens do IPCA por causa da nova Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), cujos primeiros resultados serão divulgados em outubro. Além disso, será preciso observar o impacto da redução da taxa de juros. Nos últimos três episódios de depreciação cambial, a inflação ficou bem ancorada. O repasse está ficando cada vez menor pela fraqueza da economia e pela própria credibilidade do BC. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.