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09/Ago/2019

Agronegócio pressiona governo na área ambiental

O discurso adotado pelo governo Jair Bolsonaro de minimizar dados sobre aumento de desmatamento, de flexibilizar regras sobre áreas de preservação e os frequentes embates com outros países relacionados ao tema ambiental causa apreensão e tem sido classificado como prejudicial pelo agronegócio. O incômodo se tornou explícito após publicações estrangeiras, como a revista britânica The Economist, criticarem a atual política ambiental do Brasil. A repercussão negativa, aliada a pressões do setor, levou a área de comunicação e o Itamaraty a prepararem uma campanha no exterior para tentar rebater narrativas que, na visão de integrantes do governo, pode afetar o País comercialmente. O agronegócio aponta risco de impacto negativo nas exportações.

O alerta foi levado ao presidente pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Ela defende uma campanha positiva sobre o assunto para mostrar que o Brasil é uma potência agrícola séria. Durante as tratativas para concluir o acordo entre Mercosul e União Europeia, a ministra ouviu de europeus que o mais importante para concluir a negociação não é convencer autoridades, e sim combater disseminação de informações negativas que envolvem o Brasil. A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) evidenciou o incômodo e afirmou que o governo federal está prejudicando a imagem do agronegócio. Para a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), o principal ponto a ser combatido é justamente o desmatamento ilegal, pois a sequência de fatos atuais está repercutindo no exterior.

Jair Bolsonaro tem feito críticas à divulgação de dados que mostram o aumento de desmatamento na Amazônia e, na semana passada, demitiu o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), após ele rebater publicamente declarações do presidente sobre o assunto. As críticas partem até mesmo de dentro do governo. A Embrapa avalia que há erro na forma como a atual gestão trata o assunto. Em vez de ter uma agenda reativa ao desmatamento, ele deveria ter uma agenda proativa, buscando a solução do problema. Integrantes da bancada ruralista na Câmara, que deram suporte à eleição de Bolsonaro, evitam fazer críticas a declarações do presidente, mas admitem que o governo precisa reagir ao que consideram uma ofensiva contra o País no exterior. O foco da campanha internacional será em países europeus como Alemanha, França e Reino Unido.

A ideia é lançar vídeos em setembro, período que coincide com a participação de Bolsonaro na 72º Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA), e com a viagem de ministros para fora do País. A campanha deve ir até dezembro. O ministro do Meio Ambiente faz parte da iniciativa e vai à Europa no próximo mês. A ideia é mostrar que o Brasil pensa em um plano factível para conter o desmatamento e buscar mais apoio financeiro estrangeiro para executar novas ações. Para setores militares do governo, porém, há uma ação orquestrada no exterior para minar a imagem do País no exterior. Tais ações estariam favorecendo o imperialismo internacional. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.