ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Ago/2019

Acordo Mercosul-EUA deve ter um lento processo

Segundo o secretário de Comércio dos Estados Unidos, o governo brasileiro está “começando a se mover” e os investidores podem ficar menos nervosos sobre o Brasil. Estados Unidos e Brasil assinaram um memorando de entendimento para facilitar negócios e investimentos. A assinatura, pelo lado norte-americano, coube à Overseas Private Investment Corporation (Opic), agência de fomento de investimentos em mercados emergentes, e, pelo lado brasileiro, por representantes da secretaria especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). A intenção é facilitar e estimular negócios e investimentos dos Estados Unidos em projetos brasileiros, tanto com recursos da Opic quanto por meio de parceiros. O secretário norte-americano se reuniu, na semana passada, com o ministro da Infraestrutura do Brasil e elogiou os planos para a área.

A visita do secretário foi considerada pelo governo brasileiro a abertura das negociações de um acordo de livre-comércio, o que tem de envolver todo o Mercosul. Os Estados Unidos pretende ser o “parceiro preferencial” para a região. Ele citou negociações em curso para questões como padronização técnica e de regras aduaneiras. Está sendo tratada a facilitação de comércio para apressar a movimentação e liberação de bens. Porém, o secretário de Comércio dos Estados Unidos afirmou que, embora o presidente Donald Trump esteja ansioso para iniciar negociações com o Brasil a respeito de eliminação de tarifas e sobre convergência regulatória, é preciso estar ciente de que discussões comerciais são muito complicadas. Foram 20 anos de negociação entre Mercosul e União Europeia (UE), e não se pode esperar que com os Estados Unidos será um exercício de minutos, semanas ou meses. É um processo longo. Questionado se há ressentimento dos Estados Unidos em relação ao acordo Mercosul-UE, ele respondeu que não há razão nenhuma para ter inveja da Europa porque os Estados Unidos são a maior economia do mundo.

No entanto, o secretário de Comércio de Trump avalia que, caso os europeus convençam os países do Mercosul a adotar seus padrões tarifários em relação a automóveis, alimentos e produtos químicos e farmacêuticos, por exemplo, isso pode se transformar em um obstáculo para fazer um tratado dos Estados Unidos com o Mercosul ou até mesmo com seus países individualmente. Ele também comentou a aproximação do Brasil com a China, ressaltando com preocupação uma lei chinesa que obriga empresas privadas locais a cooperar com os serviços militares e de inteligência, mantendo em segredo o nível de cooperação. Ele também teceu críticas à tecnologia de redes 5G, que o Brasil planeja implantar a partir do ano que vem, pois considera que é um sistema muito mais vulnerável a invasões. Por isso, alerta ele, todos os países devem ficar atentos sobre quem é o vendedor da tecnologia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.