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01/Ago/2019

EUA defende acordo de livre-comércio com Brasil

Apesar do entusiasmo provocado pelas declarações de Donald Trump sobre o Brasil, o secretário de Comércio dos Estados Unidos sinalizou que pode não ser tão simples lançar as tratativas. Segundo ele, há interesse dos Estados Unidos em estabelecer um tratado comercial com o Brasil, mas há risco de compromissos assumidos pelo Mercosul com os europeus, no bojo do acordo firmado pelo bloco com a União Europeia se tornarem um empecilho. Nada nesse acordo pode ser contraditório a um acordo de livre comércio com os Estados Unidos. Para integrantes do governo e do setor privado brasileiro, há uma janela preciosa que deveria ser aproveitada neste momento. Donald Trump vê com bons olhos a aproximação e há tanto no Brasil como na Argentina, os mais influentes países do Mercosul, desejo de que o tema avance. No início do mês, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, falou publicamente sobre a intenção de firmar um acordo comercial com os norte-americanos.

O governo Trump impôs tarifas sobre o aço e o alumínio ao Brasil e a outros países no ano passado, ao tentar fortalecer a indústria de metais dos Estados Unidos em meio à sua agenda “América Primeiro”. Os Estados Unidos foram o principal destino de exportações brasileiras de bens (US$ 28,7 bilhões em 2018) e de serviços (US$ 16 bilhões em 2017), de acordo com a Câmara Americana do Comércio (Amcham). O Brasil está entre os dez maiores destinos de exportações de bens dos Estados Unidos no mundo (US$ 29 bilhões em 2018). A Confederação Nacional da Indústria (CNI) compartilha a visão de que o Brasil está diante de uma oportunidade única. Há anos a instituição apoia o lançamento de negociações com os Estados Unidos, país que mais importa produtos industrializados brasileiros e principal destino de multinacionais do Brasil.

É a economia desenvolvida com que o Brasil tem mais complementaridade e integração. Por muito tempo, o governo brasileiro não tinha interesse em ter relação mais próxima aos Estados Unidos, mas o setor privado tinha. A dinâmica de negócios então acabou se acelerando independentemente do governo. Mesmo o setor do agronegócio, onde Brasil e Estados Unidos competem no mercado internacional em diversos produtos, há interesse em abrir negociações. Segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), os Estados Unidos são o terceiro principal mercado para o setor e há pontos de convergência. As conversas com os Estados Unidos fazem parte dos planos de abertura da equipe econômica de Jair Bolsonaro há alguns meses.

Em março, a possibilidade de abertura de negociações comerciais foi discutida de forma preliminar entre o ministro da Economia e secretário de Comércio norte-americano. Negociações com os Estados Unidos também envolverão temas que podem avançar bilateralmente, sem a necessidade de aval do Mercosul, como facilitação de comércio, redução de barreiras não tarifárias, convergência regulatória, regras de propriedade intelectual, comércio eletrônico, aceitação de certificados de origem digitais e reconhecimento de operadores econômicos autorizados. O governo brasileiro acredita que o intercâmbio comercial entre Brasil e Estados Unidos está muito aquém do potencial. Um dos maiores desperdícios de oportunidade é o nível comparativamente pequeno de comércio com Estados Unidos, por isso que uma das prioridades para o Brasil é aumentar esse intercâmbio. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.