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26/Jul/2019

EUA: US$ 16 bilhões em auxílio para agricultores

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) está se preparando para desembolsar US$ 16 bilhões em recursos do governo para ajudar produtores rurais prejudicados pela disputa comercial com a China e pelo clima úmido que atrapalhou o plantio da safra durante a primavera do Hemisfério Norte. As tarifas da China sobre US$ 60 bilhões em importações norte-americanas, implementadas em resposta às tarifas norte-americanas sobre produtos chineses, prejudicaram a economia agrícola dos Estados Unidos, que já enfrentava dificuldades após anos de baixos preços dos produtos agrícolas. A fraca demanda da China, um dos maiores compradores das exportações agrícolas norte-americanas, reduziu a renda dos produtores e interrompeu os negócios dos principais exportadores agrícolas, como a Cargill, a Archer Daniels Midland e a Bunge.

O governo Trump afirmou que estenderia este próximo lote de ajuda a agricultores após o colapso das negociações entre os Estados Unidos e a China no início de maio. O secretário de agricultura dos Estados Unidos afirmou que os produtores não ficarão sozinhos ao enfrentar tarifas retaliatórias injustificadas, enquanto o presidente Trump continua trabalhando para solidificar acordos comerciais melhores e mais fortes em todo o mundo. O secretário afirmou que o USDA projetou o programa com base no feedback após o programa de US$ 12 bilhões do ano passado, implementado depois que China, México e Canadá cobraram tarifas sobre exportações norte-americanas. O USDA dividirá os US$ 16 bilhões entre lavouras de soja, galpões de suínos, fazendas leiteiras, plantações de cranberry e outras operações agrícolas. As taxas de pagamento variam entre US$ 15,00 e US$ 150,00 por acre, com base na localização da fazenda e a produção esperada para este ano.

Os novos pagamentos vão além dos US$ 300 milhões em fundos de promoção comercial que o USDA concedeu a grupos agrícolas para desenvolver novos mercados de exportação de produtos agrícolas, de soja a passas. O USDA estima que também comprará mais de US$ 1,3 bilhão em commodities, como carne suína e ameixas, afetadas por tarifas retaliatórias para distribuição a bancos de alimentos, escolas e outras instituições que atendem a norte-americanos de baixa renda. As tarifas reduziram as compras chinesas de soja norte-americana em 75% nos 12 meses encerrados em 31 de maio, diminuindo os preços por bushel pagos aos agricultores e levando muitos a trocar soja por milho. Tarifas sobre a carne suína dos Estados Unidos deixaram os produtores de suínos e frigoríficos dos Estados Unidos sem mercado enquanto a China aumenta compras de carne de países como Espanha, Brasil e Austrália para reabastecer estoques depois que a febre suína africana dizimou propriedades de suínos chinesas.

Apesar das disputas comerciais, o presidente Trump mantém forte apoio entre os agricultores, um importante grupo nos estados do Meio Oeste que em 2016 ajudou a impulsioná-lo para a presidência do país. Uma pesquisa de 1º de julho da Farm Journal enviada a 5 mil agricultores e pecuaristas dos Estados Unidos descobriu que 79% aprovavam o desempenho de Donald Trump como presidente, ante 74% em junho. Grupos de agricultores afirmaram que preferem o comércio irrestrito aos pagamentos do governo, embora muitos tenham saudado a ajuda do USDA e apoiado a firme atitude de Trump contra a China. Os agricultores disseram que não esperam que os pagamentos do USDA compensem o custo econômico da batalha comercial, e alguns temem danos a longo prazo nos laços internacionais que levaram décadas para serem construídos. Os produtores poderão receber os novos pagamentos a partir de 29 de julho.

O USDA planeja entregar os recursos em até três parcelas, com a segunda e terceira rodadas potencialmente chegando em novembro e janeiro. Os primeiros recursos vão ser pagos aos agricultores em agosto. Nenhum solicitante pode receber mais de US$ 500 mil do programa, e agricultores não podem receber um pagamento se tiverem tido rendimento de mais de US$ 900 mil por ano de 2014 a 2016. Os agricultores que enfrentaram enchentes e chuvas constantes podem solicitar um pagamento de US$ 15,00 por acre dentro desse programa, desde que tenham registrado um pedido de seguro para campos afetados e plantado uma safra substituta para ajudar a manter a terra. As áreas que ficaram totalmente sem plantio não são elegíveis para pagamentos. As expectativas de tais pagamentos levaram alguns agricultores a plantar culturas nesta primavera do Hemisfério Norte, apesar das condições desfavoráveis, para garantir que se qualificassem para a ajuda. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.