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24/Jul/2019

PIB mundial: recuo na projeção de crescimento

Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), no relatório “Perspectiva Econômica Mundial”, publicado nesta terça-feira (23/07), a prolongada disputa comercial entre os Estados Unidos e a China levou à leve redução na projeção para o crescimento do produto interno bruto (PIB) mundial em 2019, dos 3,3% anunciados em abril para 3,2%. Para 2020, a entidade reduziu de 3,6% para 3,5% a previsão para a expansão do PIB global. O contexto desfavorável também levou à redução nas previsões de expansão do volume de bens e mercadorias transacionadas por todos os países de uma alta de 3,4% para 2,5% neste ano e de 3,9% para 3,7% em 2020. Embora os Estados Unidos e a China tenham acertado uma trégua na disputa comercial, ainda não há solução permanente para a questão. O litígio entre as duas maiores economias do mundo teve impacto sobre os investimentos das empresas e o nível de consumo das famílias em diversos países. A guerra comercial também lançou dúvidas sobre o futuro das cadeias globais de produção.

O crescimento global projetado para 2020 é precário, mesmo que a guerra comercial entre Estados Unidos e China encontre uma solução e apesar das perspectivas mais positivas para os mercados emergentes. Preponderam os perigos de desaceleração da economia global sobre os fatores que poderiam ajudar a elevá-la. Eles incluem tensões comerciais e tecnológicas adicionais que afetam o sentimento e tornam lentos os investimentos. Além disso, pode também ser negativo um aumento do movimento de proteção nos mercados financeiros com foco em ativos de países desenvolvidos e um ciclo desinflacionário pelo mundo, reflexo de dúvidas sobre a demanda agregada em escala global. Por outro lado, é positiva a decisão de vários bancos centrais em diversos países, entre eles o Brasil, de sinalizarem políticas monetárias acomodatícias, com o objetivo de reanimar o nível de atividade em suas respectivas economias, sobretudo por causa de limitações para gastos fiscais, ao mesmo tempo em que a inflação é baixa e há muitas dúvidas sobre o crescimento interno e global.

O FMI elevou de 2,3% para 2,6% a previsão de alta do PIB dos Estados Unidos em 2019, em boa medida devido à expansão mais forte do que o esperado do crescimento do país no primeiro trimestre (3,1%). O crescimento no período foi influenciado por exportações e acumulação de estoques, mas a demanda doméstica apresentou um desempenho mais fraco do que o estimado, o que também ocorreu com as importações, devido a efeitos de tarifas comerciais. Não foi alterada a projeção de elevação de 1,9% do PIB norte-americano em 2020. Para a China, foi reduzida a previsão de crescimento de 6,3% para 6,2% neste ano e de 6,1% para 6,0% em 2020, devido especialmente a efeitos negativos da escalada de imposição de tarifas sobre seus produtos exportados e ao enfraquecimento da demanda externa. Contudo, as medidas fiscais e monetárias adotadas pelo governo chinês devem compensar tais impactos, em uma economia que enfrenta restrições com medidas oficiais para conter a rápida expansão de dívidas de governos regionais.

Em relação à zona do euro, foi mantida a previsão de crescimento de 1,3% para este ano e elevada de 1,5% para 1,6% a projeção para 2020, devido à expectativa positiva por certa retomada do nível de atividade no segundo semestre, com um cenário de melhora leve e gradual para as encomendas internacionais de seus produtos, especialmente duráveis. No caso do Japão, houve redução na previsão do PIB em 2019 de 1,0% para 0,9% em função da perda de vigor da recuperação da economia, especialmente registrado no consumo, o que levou a agudo declínio de importações. Para 2020, a estimativa do produto interno bruto foi diminuída de 0,5% para 0,4%. O atual nível de disputas comerciais entre os Estados Unidos e a China, com imposição mútua de tarifas sobre importações, pode reduzir a expansão mundial em 0,5% em 2020. Esse contencioso foi um dos principais fatores que levaram o Fundo a cortar a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global de 3,3% para 3,2% em 2019 e de 3,6% para 3,5% no próximo ano.

O potencial impacto para o crescimento mundial em 2020 considera posição adotada em maio pelos Estados Unidos de elevar de 10% para 25% a alíquota das cobranças adicionais sobre US$ 200 bilhões em produtos comprados da China, o que provocou retaliações do governo chinês sobre mercadorias e serviços norte-americanos. O FMI destaca que tarifas não devem ser adotadas para resolver diferenças comerciais entre países. A busca de entendimentos na área comercial é urgente. A expectativa é de que Estados Unidos e China resolvam logo as disputas comerciais. É importante que os dois países atuem para fortalecer o sistema internacional de transações de mercadorias e serviços. Políticas comerciais robustas reduzem riscos de desaceleração da economia de países e tensões nessa área prejudicarão a evolução econômica de muitas nações. As disputas comerciais podem afetar exportações e o nível de atividade do México, que é uma economia que exporta muitos manufaturados para os Estados Unidos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.