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11/Jun/2019

Economia: previsão de estagnação no 2º trimestre

Diversos indicadores antecedentes de atividade econômica mostram que a economia segue devagar neste segundo trimestre, após a retração verificada nos três primeiros meses do ano. Indicadores de confiança, o fluxo de veículos nas rodovias e índices compostos de dados antecedentes apontam para uma economia estagnada em abril e maio. Os índices de confiança da Fundação Getúlio Vargas (FGV) seguiram em queda nos dois primeiros meses do segundo trimestre. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) teve o pior desempenho, com quedas de 1,0% em abril e de 3,4% em maio, sempre em relação aos meses imediatamente anteriores, mas o quadro geral foi parecido. O Índice de Confiança Empresarial (ICE), que agrega os indicadores de serviços, indústria, construção e comércio, ficou estável em abril, mas recuou 2,1% em maio. Os dados de confiança apontam para um quadro de estagnação. No segundo semestre do ano passado, durante o período eleitoral, eles caíram diante da incerteza com os rumos políticos do País.

Com a definição das eleições, em outubro, passaram a subir fortemente. Mas, neste ano, despencaram a partir de fevereiro ou março, retornando aos níveis de outubro. O movimento de “vaivém” foi mais claro nos Índices de Expectativas (IEs). Todos os indicadores de confiança da FGV são uma combinação de dois componentes, o IE e o Índice de Situação Atual (ISA). Tanto a alta a partir de outubro do ano passado quanto a queda deste ano foram puxadas pelo comportamento das expectativas. O “fiel da balança" foram os ISAs, que se mantiveram mais ou menos no mesmo nível, indicando a estagnação. Além disso, estudos da FGV sobre as séries históricas dos indicadores de confiança têm apontado que, quando a incerteza econômica está elevada, as percepções sobre a economia tendem a ser exageradas, tanto no lado do otimismo quanto no do pessimismo. Como a incerteza está muito alta, no momento a confiança dá um sentido negativo à atividade econômica, porque as empresas estão em compasso de espera para investir.

Esse compasso de espera se reflete em outros indicadores indiretos da atividade econômica. O Índice ABCR, que mede o fluxo de veículos nas rodovias com pedágio, caiu 0,6% em abril e subiu 0,4% em maio. O Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) começou o segundo trimestre com queda de 0,1% em abril. O Iace é formado pelos diversos índices de expectativas da FGV, por taxas de juros de mercado de títulos derivativos, pelo Ibovespa (principal índice de ações da Bolsa de Valores), pela produção física de bens duráveis e por dados do comércio exterior. Ainda na linha dos indicadores indiretos, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) Composto do Brasil caiu 4,3% em maio ante abril, após recuo de 4,7% em abril ante março. Esse índice, calculado pela consultoria IHS Markit em diversos países, é composto a partir de pesquisas de percepção junto a executivos de compras de empresas dos setores industrial e de serviços. O principal dado concreto sobre o segundo trimestre divulgado até agora também não anima.

A produção industrial de abril avançou apenas 0,3% ante março, como informou semana passada o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mesmo com o bom desempenho da indústria automobilística. Em abril, a produção de veículos avançou 11,1% sobre março e, em maio, registrou alta de 3,1%, conforme a Anfavea, associação das empresas do setor. Segundo a MB Associados, a indústria vem tendo, mês a mês, um comportamento errático, com altas e quedas. Para piorar, o segundo trimestre ainda registrará efeitos das paradas de produção na mineração, na esteira do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), e será contaminado por um efeito estatístico nas comparações com o ano passado. O segundo trimestre de 2018 foi atingido em cheio pela greve dos caminhoneiros. O quadro é de estagnação na economia, com crescimento em torno de 1,0% no ano. A economia está devagar há muito tempo, as políticas fiscal e monetária estão amarradas, não há instrumentos para estimular a atividade. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.