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10/Jun/2019

Inflação de maio é menor para o mês deste 2006

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou maio com alta de 0,13%, ante um avanço de 0,57% em abril. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,22%. O IPCA em 12 meses ficou em 4,66%. A alta de 0,13% em maio foi a taxa mais baixa para o mês desde 2006, quando tinha subido 0,10%. Considerando todos os meses, o IPCA de maio foi o mais baixo desde novembro de 2018, quando caiu 0,21%. Com o resultado, a taxa acumulada em 12 meses pelo IPCA desacelerou de 4,94% em abril para 4,66% em maio. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,15% em maio, após subir 0,60% em abril. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 2,44% no ano de 2019, além de avanço de 4,78% em 12 meses. Em maio de 2018, o INPC tinha sido de 0,43%.

O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

A desaceleração da inflação na passagem de abril para maio foi puxada pela deflação no grupo Alimentação e Bebidas. Os gastos das famílias com alimentação passaram de alta de 0,63% no quarto mês do ano para queda de 0,56% em maio. A contribuição do grupo para a inflação saiu de 0,16% para -0,14% no período. Os custos da Alimentação fora de Casa subiram apenas 0,03% em maio. Ao mesmo tempo, os alimentos para consumo no domicílio recuaram 0,89%. As famílias pagaram menos pelo tomate, que caiu 15,08% após a alta de 28,64% em abril, e pelo feijão carioca, que acentuou a queda de 9,09% no quarto mês do ano para declínio de 13,04% em maio. As frutas (-2,87%) também recuaram mais intensamente do que em abril (-0,71%). Por outro lado, o leite longa vida (2,37%) e a cenoura (15,74%) subiram em maio, após apresentarem quedas (-0,30% e -0,07%, respectivamente) em abril.

Os combustíveis pesaram mais no bolso das famílias em maio, mas as passagens aéreas mais baratas evitaram uma alta maior no gasto com transportes. O grupo Transportes saiu de uma elevação de 0,94% em abril para um aumento de 0,07% em maio. A gasolina ficou 2,60% mais cara em maio, item de maior impacto individual no IPCA, uma contribuição de 0,11%. Por outro lado, as passagens aéreas passaram de uma alta de 5,32% em abril para uma queda de 21,82% em maio, o maior impacto individual negativo no mês, -0,10%. É comum queda de passagens aéreas no mês de maio. O preço do etanol caiu 0,44% em maio, enquanto o óleo diesel aumentou 2,16%. Os ônibus intermunicipais subiram 0,45%. O ônibus urbano aumentou 0,18%. O metrô ficou 0,17% mais caro. A tarifa de energia elétrica teve uma alta de 2,18% em maio. O item deu a segunda maior contribuição para a inflação do mês, 0,08%, atrás apenas da gasolina (0,11%). O IPCA teria sido de 0,05% se não tivesse energia elétrica.

Houve impacto de reajustes de tarifas em sete regiões pesquisadas: Rio de Janeiro, Campo Grande, Aracaju, Salvador, Fortaleza, Recife e Belo Horizonte. Além disso, a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, foi substituída em maio pela bandeira amarela, com custo adicional de R$ 0,01 para cada quilowatt-hora consumido. Os gastos das famílias com Habitação subiram 0,98% em maio, grupo de maior impacto no IPCA, uma contribuição de 0,15%. A taxa de água e esgoto subiu 0,82%, com reajustes em São Paulo e Brasília. O gás de botijão teve alta de 1,35%, devido ao reajuste médio de 3,43% autorizado pela Petrobras nas refinarias a partir de 5 de maio. O gás encanado ficou 0,84% mais barato, devido à redução média de 1,40% nas tarifas residenciais da região metropolitana do Rio de Janeiro desde 1º de maio. Quatro dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registraram deflação em maio.

O impacto negativo mais intenso sobre a taxa de 0,13% registrada pelo IPCA do mês foi de Alimentação e bebidas (-0,56%). Os preços caíram também em Educação (-0,04%), Comunicação (-0,03%) e Artigos de residência (-0,10%). Os avanços foram registrados em Habitação (0,98%), Saúde e cuidados pessoais (0,59%), Vestuário (0,34%), Transportes (0,07%) e Despesas pessoais (0,16%). No grupo Saúde e cuidados pessoais, os remédios ainda subiram 0,82% em maio, enquanto os perfumes tiveram queda de 1,61%. Ainda não há pressão de demanda sobre a inflação oficial no País. O consumo das famílias tem uma recuperação lenta, gradual. A desocupação está com patamar bastante elevado, a massa de rendimentos está estável e o cenário é de incertezas. Além disso, o endividamento das famílias é forte, e tem reposição das funções profissionais via informalidade. Isso não traz segurança para que as famílias possam consumir. Isso acaba segurando consumo das famílias.

A queda nos preços dos alimentos ajudou no arrefecimento do IPCA na passagem de abril para maio. Melhorou um pouco o clima, houve diminuição das chuvas, o que é comum, o outono é mais seco. No caso do feijão, tem a 2ª safra agora. Dadas as condições favoráveis no momento da colheita, teve melhora na oferta. O IPCA só não foi mais baixo porque houve pressão da conta de luz, que ficou mais cara com a entrada em vigor em maio da bandeira tarifária amarela e de reajustes em algumas regiões. Dentro do IPCA, a inflação de serviços, que tem componente forte da demanda, passou de 0,32% em abril para uma queda de 0,11% em maio. A taxa acumulada em 12 meses pelos serviços saiu de 3,89% para 3,87% no período. A inflação de bens e serviços monitorados pelo governo acelerou de 1,03% em abril para 1,16% em maio. A taxa acumulada em 12 meses pelos itens monitorados arrefeceu de 6,77% para 6,54% no período. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.