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10/Jun/2019

Brasil não dá sinais de retomada do crescimento

A reforma da Previdência está longe de ser uma catapulta para levar o crescimento do Brasil ao patamar de 3% ou 4% ao ano, como argumenta parte do governo. As mudanças no sistema de pensões doméstico simplesmente mantêm o País "no jogo" e, caso não sejam aprovadas, podem criar uma desorganização na economia nacional e levar até a uma redução da classificação de risco soberana feita por agências internacionais. Depois de um trimestre de estagnação econômica, os dados preliminares de abril a junho também não têm se mostrado animadores e, ao que tudo indica, essa nova patinação está mais relacionada com a manutenção das incertezas fiscais do que com choques sofridos no fim do ano passado. Há ainda uma capacidade ociosa bastante elevada no setor produtivo doméstico e as incertezas sobre como o Executivo conseguirá a aprovação da reforma pelos deputados continuam atrapalhando a chegada de investimentos.

Em maio, o chefe de análise de risco soberano da agência de classificação de risco Moody's para a América Latina deixou claro que a reforma não seria uma garantia de que o Brasil poderia recuperar de forma automática seu selo de bom pagador. Assim também alguns membros do governo veem que a aprovação pelo Congresso tem seu valor, mas mais por tirar um problema da frente da administração da equipe econômica do que como uma solução em si. Além do mais, apenas depois dessa reforma é que o Brasil terá condições de voltar a crescer na casa de 2% em dois ou três anos. Para percentuais maiores, no entanto, será preciso que o dever de casa tenha mais acurácia em relação às promessas feitas também em outros campos, como o da produtividade.

Esta não deve ser uma consequência de curto prazo, mas só depois de uma reforma da Previdência é que o País terá condições de ver o crescimento da taxa de investimento interno, por meio da poupança, e externo, por meio de investimentos estrangeiros. O Brasil não recebe mais o incentivo econômico visto na década de 70 e, por isso, dificilmente conseguirá apresentar expansões do Produto Interno Bruto (PIB) na casa de 3,5% ou 4% ao ano. Na ocasião, o aumento demográfico ajudou a sustentar o crescimento, fator que não ocorre hoje em dia. As taxas de desemprego devem mostrar melhoras, mas de forma ainda tímida, devendo se consolidar num patamar mais aceitável em dois ou três anos. O mercado de trabalho costuma ser o primeiro a sofrer as consequências de mazelas econômicas e um dos últimos a mostrar recuperação. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.