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06/Jun/2019

Setor bancário defende crédito rural a juros livres

O Itaú BBA vê um cenário positivo para o crédito rural em 2019/2020 às vésperas do lançamento do novo Plano Safra 2019/2020, diante da perspectiva de queda na taxa básica de juros, a Selic. A Selic deve fechar 2019 em 5,75% ao ano. Com uma taxa básica de juros de 5,75% ao ano, a transição do modelo de recursos direcionados com preço fixo e subsídio de preço vai ser feita para juros livres sem punir o produtor rural ou com uma penalidade muito baixa. O banco considera que este é o momento ideal para o governo sair do modelo do crédito rural financiando toda a produção em função de uma projeção de juros no nível mais baixo histórico. Observando a curva de longo prazo de juros, ela também está comportada.

O banco projeta corte na taxa Selic em setembro após a aprovação da Reforma da Previdência que, na visão do banco, deve ocorrer em agosto. Ainda sobre crédito, o volume de financiamento do agronegócio no Brasil hoje é superior a R$ 570 bilhões. Somente um terço dessa massa total de financiamento é financiada por meio de créditos direcionados. O momento é de transição, onde os recursos livres terão uma importância cada vez maior. Com uma taxa de juros básica bastante baixa, essa transição não será dolorosa. A linha que o ministério tem adotado, de focar os recursos direcionados para produção e seguro da agricultura familiar e de médio porte, é a linha que tem de ser perseguida. Há alguns anos os bancos privados têm se estruturado para atender à demanda do agronegócio.

Existe uma competição crescente por ativos, uma taxa básica de juros caindo e os spreads bancários estão recuando em função de uma maior concorrência. O cenário de crédito parece bastante saudável. O único ponto de preocupação é uma onda de recuperações judiciais de produtores rurais que não necessitam recorrer a esse tipo de proteção e teriam outras formas de sanar as suas dívidas. Contudo, há um risco cambial para a safra 2019/2020. Os custos da safra de verão podem ser incorridos a um câmbio de R$ 4,10 e eventualmente a soja pode ser comercializada com câmbio a R$ 3,80. Isso pode representar aperto de margem importante. Outro risco está relacionado à possibilidade de depreciação de moedas emergentes em relação ao dólar dependendo dos impactos da guerra comercial sobre a economia global. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.