03/Jun/2019

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda de dois trimestres seguidos no Produto Interno Bruto (PIB) industrial coloca o setor em recessão técnica. O PIB industrial recuou 0,7% no primeiro trimestre do ano. Nos últimos três meses de 2018, o PIB do setor já tinha caído 0,3%. Além desse resultado fraco da atividade, o investimento, medido pela formação bruta de capital fixo, também sofreu pelo segundo trimestre consecutivo. Esses resultados sugerem que a esperada saída definitiva da crise está em risco. Esse resultado ruim do PIB demonstra que apenas com a realização de reformas estruturais será possível o País retomar um novo e sustentável ciclo de crescimento.

A indústria continua perdendo participação no PIB. O setor encerrou 2018 com uma participação de 21,6% do PIB ante 27,3% em 2008. Se considerado o acumulado em quatro trimestres até o primeiro trimestre de 2019, o percentual recua para 21,5%. O processo de reavaliação das expectativas e cautela dos agentes econômicos pode se intensificar. Em outros momentos a confiança elevada do início do ano já teria se traduzido em mais produção e mais consumo. Contudo, a crise foi forte e longa demais, o que afetou as condições financeiras de empresários e consumidores. O início de uma recuperação a partir do segundo trimestre passa necessariamente pela tramitação da reforma da previdência, mas não se limita a apenas ela.

Há outras agendas importantes para a competitividade e o crescimento, entre elas a reforma tributária. A capacidade produtiva instalada na indústria é mais do que suficiente para atender a demanda esperada até o final do ano, em razão da alta ociosidade do parque produtivo. Mas, o longo período de baixo investimento traz preocupações adicionais sobre a competitividade da indústria, tendo em vista a depreciação do capital já instalado, o avanço das tecnologias de automação e troca de dados na produção, conhecida como Indústria 4.0. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.