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31/Mai/2019

Mercosul: acordo com a UE irá ficar mais distante

À medida que os resultados oficiais são divulgados, fica claro que os três grupos políticos para os quais as eleições ao Parlamento Europeu mais trouxeram ganhos são os Verdes, a Aliança dos Liberais, à qual se integrou a République En Marche (LREM), do presidente francês, Emmanuel Macron, e os nacionalistas de direita. Além de embaralhar um pouco mais a sucessão na presidência da Comissão Europeia, uma vez que o Partido Popular Europeu (EPP) e os sociais-democratas perderam a maioria que detinham juntos até aqui, a nova composição do Legislativo deve afastar a União Europeia ainda mais do Brasil e, por conseguinte, de um acordo comercial com o Mercosul. Segundo o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), os resultados não são positivos para as perspectivas comerciais e diplomáticas do País, com os tradicionais aliados do Brasil na centro-direita do EPP muito enfraquecidos e o crescimento, na distribuição dos 751 assentos do Parlamento, de dois polos refratários às políticas defendidas por Bolsonaro.

O ministro de Relações Exteriores brasileiro havia dito, na semana passada, que o governo do Brasil tem várias visões em comum com a onda nacionalista europeia. Ela é representada principalmente pelo avanço dos grupos Europa das Nações e Liberdade (ENF) e a Reunião Nacional (ex-Frente Nacional), que passaram de 37 para 58 eurodeputados, e Europa da Liberdade e Democracia Direta (EFDD), de 41 para 54. Segundo chanceler brasileiro, é mais fácil construir uma visão econômica a partir de uma visão política próxima do que uma visão política próxima a partir de uma visão econômica. Isso é uma teoria, mas é preciso ver se funciona na prática. Mas, a verdade é que grande parte dos partidos eurocéticos é completamente avessa à abertura comercial da União Europeia a países como o Brasil.

O único tema no qual existe convergência entre os nacionalistas de diferentes países europeus é o fechamento das fronteiras a imigrantes. Não há nenhuma aliança comercial possível com o Brasil, e, sim, ideológica. Também deve haver resistência considerável entre as forças moderadas que cresceram: o Grupo dos Verdes/Aliança Livre Europeia, de 52 para 69 assentos, e a Aliança de Liberais e Democratas pela Europa (ALDE), à qual se integrou o partido La République En Marche, de Macron, de 68 para 109. É muito possível que os Verdes façam restrições a acordos com países onde a soja é exportada de terras que sofrem muito desmatamento, de países que não respeitam o Acordo de Paris, que têm acusações de violações de direitos humanos e ambientais. A janela de oportunidade para uma aproximação comercial com a Europa se fechou claramente durante os próximos tempos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.