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31/Mai/2019

Economia brasileira já dá sinais claros de recessão

Depois do recuo do PIB registrado no primeiro trimestre, o ministro da Economia afirmou que a reação da economia só virá com a aprovação da reforma da Previdência. Ele afirmou que a retração não é novidade e que o modelo intervencionista derrubou a taxa de crescimento no Brasil. Ele afirma estar seguro de que, fazendo reformas estruturais, o Brasil vai retomar o crescimento sustentável. O governo já contava com a economia estagnada no primeiro trimestre quando reviu a projeção do crescimento da economia para 1,6% neste ano. Ele listou medidas que serão adotadas após as mudanças previdenciárias, como a reforma tributária e o que ele chama de "choque de energia barata", com mudanças para o setor, e mudanças na distribuição de recursos entre Estados e municípios. Ainda segundo o ministro, o Brasil deveria estar crescendo 3% a 3,5% ao ano, mas a economia colapsou. Houve um otimismo em relação ao primeiro ano de governo por conta da potência da plataforma liberal.

Para o Goldman Sachs, o Brasil passa pelo processo de recuperação cíclica da economia mais lento e doloroso de sua história. A projeção é de expansão de apenas 1,1% para a economia brasileira em 2019, mas ainda há chances de o número ser reduzido. A dolorosa e lenta recuperação da economia brasileira tem sido decepcionante e é reflexo da elevada incerteza política nas decisões de gastos dos agentes, mas também de danos estruturais, que precisam do avanço das reformas para serem resolvidos. O estoque de capital da economia tem se contraído, por causa dos decepcionantes números dos investimentos privados, o elevado endividamento do governo e das famílias e o mercado de trabalho ruim, com elevado desemprego e baixa qualificação. O crescimento real médio do PIB do Brasil ficou em modestos 0,2% nos últimos oito trimestres. Com o fraco desempenho, o PIB per capta ainda está no primeiro trimestre 9,1% abaixo do nível do primeiro período de 2014.

O consumo privado está 7,3% abaixo do nível do quarto trimestre de 2014. Os últimos cinco anos foram extraordinariamente desafiadores. Em 22 trimestres, a expansão do PIB só foi superior a 1% em um deles. Como reflexo, a capacidade ociosa da economia ainda é muito elevada. Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a retomada do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no curto prazo passa longe dos termos do Banco Central (BC). Para a economia voltar a crescer no curto prazo, o governo precisaria ser mais ousado e rever a PEC do Teto. Como a PEC do Teto excluiu investimentos públicos, o País está engessado. Para cumprir o Teto, na verdade, o governo está fazendo o contrário, cortando investimentos públicos quando deveria estar promovendo. Por mais que se defenda o Teto dos Gastos, ele não funciona bem em situação de estagnação econômica como essa pela qual passa o Brasil e em que o governo precisa atuar com mais investimentos públicos.

O governo precisa ter mais ousadia neste processo neste momento. A queda do PIB no acumulado dos primeiros três meses do ano, apesar de ter vindo em linha com o esperado, confirmou um quadro de recessão da economia no seu sentido mais amplo. Esperava-se que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisasse de 0,10% no quarto trimestre, o que configuraria recessão técnica. Isso não ocorreu, mas ficou configurada a recessão econômica no seu sentido mais amplo. A FGV projeta para este ano um crescimento de apenas 1% do PIB. Estão faltando os investimentos necessários para a economia retomar a trajetória do crescimento. É muito preocupante o investimento em Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cair 1,7% no trimestre quando o PIB agregado cai 0,2%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.