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27/Mai/2019

Tabela de frete: nova fórmula reduz valor em grãos

A nova tabela de frete rodoviário, proposta pela EsalqLog/USP e atualmente em fase de consulta pública, pode reduzir significativamente os preços de frete para cargas a granel em rotas cruciais ao setor agropecuário, conforme levantamentos de entidades do agronegócio brasileiro. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) espera publicar uma nova resolução e uma nova tabela no próximo dia 20 de julho. Na comparação com a tabela em vigor desde maio do ano passado, para o transporte de soja, milho e farelo de soja, o preço do frete recuará 50%, para R$ 89,00 por tonelada, no trecho de Lucas do Rio Verde (MT) a Miritituba (PA), onde se concentram terminais portuários. Em um percurso maior, de Sinop (MT) ao Porto de Santos (SP), a queda estimada para o valor do frete com a nova metodologia é de 51%, para R$ 171,00 por tonelada. Juntos, os dois trajetos respondem pelo escoamento de cerca de 70% das exportações originadas pelo Mato Grosso, Estado que lidera a produção nacional de grãos.

Segundo a Associação Brasileira das Indústrias de óleos Vegetais (Abiove), que fez o levantamento de preços considerando a metodologia proposta pela EsalqLog, no caso do granel sólido, a tabela da Esalq traz uma redução enorme nos valores de frete comparado à tabela atual. Na avaliação da entidade, a nova tabela refletirá com mais fidelidade os custos de transporte rodoviário e se aproxima dos valores praticados antes da lei do piso mínimo de frete, sancionada com o intuito de cessar as greves de caminhoneiros que afetaram o País em 2018. A ANTT admitiu que o estudo da Esalq é bem mais técnico que o primeiro estudo feito pela agência. Na medida em que contrata uma composição maior (caminhão com mais eixos), há uma redução do valor do frete. A nova tabela da Esalq considera parâmetros como mais eixos, rodagem de pneus, horas trabalhadas, entre outros. A nova tabela também reduz em até 58% os fretes para lácteos em distâncias médias, geralmente usadas pelo setor em trajetos entre Goiás e São Paulo, ou da Região Sul para São Paulo.

Segundo a Viva Lácteos, com a tabela da Esalq, o preço do leite UHT pago pelo atacado à indústria ficará 8,7% menor do que com a tabela vigente, o que também pode trazer um preço menor ao consumidor final. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa os grandes frigoríficos de carne de frango e suína, considera que a tabela da Esalq é mais adequada que a atual. Em contrapartida, para as distâncias mais curtas, de até 250 Km, a nova tabela pode significar aumento no preço de frete. Apesar da avaliação positiva de representantes do agronegócio, nem todo o setor deve se beneficiar. Se adotada, a nova tabela elevará o frete de fertilizantes. Segundo a Associação Nacional para Difusão de adubos (Anda)., é notório que haverá um incremento substancial (acima de 50%) para o setor, na medida em que há, historicamente, o chamado frete de retorno. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.