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27/Mai/2019

OCDE: EUA formalizam apoio à entrada do Brasil

Os Estados Unidos formalizaram, na quinta-feira (23/05), o apoio da entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), após a promessa feita pelo presidente Donald Trump a Jair Bolsonaro em março. Além das expectativas do governo brasileiro, a mudança da posição norte-americana sobre o Brasil na instituição desbloqueia o processo de ampliação da entidade, que estava sendo considerado parado desde a reunião de Buenos Aires, no ano passado. Não havia certeza de que os Estados Unidos iriam confirmar isso claramente. Apesar de não se tratar de uma decisão em si, a mudança é vista como um movimento importante. Agora, o tema de ampliação foi retomado. Os Estados Unidos estão apoiando o Brasil no mesmo nível da Argentina e a posição pode ser considerada oficialmente modificada na OCDE.

Havia a expectativa de alguma alteração já na reunião do mês passado, mas como representantes norte-americanos afirmaram que não tinham instrução para mudar a percepção, o governo brasileiro previa alguma alteração apenas em um prazo mais distante. Vários países falaram da retomada das discussões e citaram Argentina, Brasil, Romênia e Peru. O processo para o Brasil dependia apenas do aval dos Estados Unidos, contrários à ampliação da OCDE. A Europa é favorável à entrada de mais membros, mas vinculam o ingresso a uma adesão também de outros países do continente. A perspectiva agora é a de que a ordem mencionada até aqui não vá mudar muito a não ser que aconteça algo de novo no front. O primeiro a iniciar o processo deve ser a Argentina, seguida por Romênia e Brasil. Apesar do aguardado destravamento pelos Estados Unidos, esse passo inicial, no entanto, ainda não pode ser dado.

Os norte-americanos reiteraram que a questão da paridade (imposta pelos europeus) não faz sentido e que a avaliação tem que ser feita pelos méritos de cada país. Nesse sentido, o Brasil é o mais avançado, tendo aprovação de 74 dos 248 instrumentos exigidos pela OCDE. A Europa mostrou que não é imutável em suas perspectivas, mas enfatiza que deseja manter um equilíbrio regional na instituição. Isso indica que há um espírito de flexibilidade dos dois lados. Agora, portanto, a discussão passa a ser sobre que decisão e em que formato esse ingresso poderá se dar e, principalmente, o que se falará na entidade sobre os demais países que também solicitaram a entrada, como Peru, Bulgária e Croácia. Os Estados Unidos não gostariam de se manifestar sobre esses candidatos, mas a OCDE entende que é preciso dar uma satisfação. O maior temor é o de que se passe a ideia de que um posicionamento signifique um compromisso com essas nações.

Na percepção do governo, agora não há mais muita importância sobre a possível diferença de tempo para o início do processo entre os três primeiros da fila. A avaliação é a de que uma demora de seis meses não interfere em um plano que pode demorar até cinco anos. A negociação é sobre como fica a questão da Europa, que insiste na entrada de outro país europeu. O processo de formalização do apoio norte-americano se deu em uma sessão do conselho ministerial fechada apenas para os membros (o Brasil não faz parte). Não há um documento formal, apenas uma discussão. O Japão também teria interesse na solução para os candidatos que estão na fila porque gostaria de mais membros da Ásia na OCDE. Além do Japão, apenas a Coreia do Sul é participante. Há a expectativa de que o tema seja levado para a reunião de cúpula do G-20 (grupo das 20 maiores economias do globo), marcada para ocorrer no fim de junho, em Osaka, onde poderia ser tratado de forma mais política. A decisão caberá à presidência japonesa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.