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17/Mai/2019

Sustentabilidade é diferencial para o agronegócio

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Brasil precisa cada vez mais captar valor sobre a sustentabilidade dos produtos e serviços agropecuários produzidos no próprio País. A sustentabilidade será cada vez a mais moeda de troca do agronegócio brasileiro. As estratégias de atuação da companhia têm quatro eixos: sustentabilidade, inovação aberta, startups e inclusão tecnológica. Todos são permeados pela ideia de que a agricultura do futuro será cada vez mais digital, seja no material genético desenvolvido, no acesso a bancos de dados e em processos que vão do plantio ao trato cultural, chegando à colheita, armazenamento e comercialização. Novas oportunidades estão se abrindo para o agronegócio brasileiro como, por exemplo, a construção de marcas, certificações e processos de rastreabilidade usando a chancela da sustentabilidade.

Aplicar isso em produtos como a carne, valorizando processos produtivos com baixa emissão de carbono, é um mercado com grande potencial. Nesse sentido, os avanços da Rede ILPF (associação entre a Embrapa e agentes do setor privado para aumentar o uso da integração Lavoura-Pecuária-Floresta) são um bom exemplo. Essa tecnologia foi lançada no Brasil e está presente em cerca de 14,6 milhões de hectares. É preciso desenvolver novas alternativas para, a partir de elementos tangíveis e quantificáveis, como os dados de emissão de carbono dentro do sistema produtivo e capturar valor sobre serviços agroambientais, como o menor uso da água, carbono e bem-estar animal. Além disso, o Brasil precisa ganhar em cima dos diferenciais competitivos, algo que ainda não é feito a contento. Com a métrica da sustentabilidade, só o Brasil pode aumentar a produção atendendo a um mercado consumidor cada vez mais exigente. O País tem sistemas integrados de produção, florestas plantadas, plantio direto na palha. São valores que passam despercebidos.

Hoje, ninguém é detentor de todo o conhecimento e, por isso, há necessidade de alianças com diferentes segmentos econômicos e cadeias produtivas. O objetivo é olhar para além da agricultura e além do alimento, ser mais protagonista e indutor na busca de parcerias para alavancar os ativos e derivados das pesquisas. Um exemplo das novas estratégias, é a parceria recente com a Visiona (empresa do grupo da Embraer) especializada em tecnologia espacial. O objetivo é combinar o conhecimento científico que orienta a tomada de decisão com sistemas inteligentes aplicados ao campo para mapeamento e monitoramento das áreas produtivas. Há também novos mercados a serem explorados que permitem a diversificação da produção e a agregação de valor. Um deles é o de grão de bico, fonte de proteína valorizada especialmente em regiões da Ásia e Oriente Médio. A Embrapa disponibilizou variedades adaptadas ao Brasil de olho num mercado que pode ser qualificado como bilionário.

Sobre as startups, a Embrapa considera que deve estar presente e envolvida nos novos ecossistemas de inovação, seja induzindo ou trazendo parcerias para a empresa. Como exemplo, pode-se citar as maratonas e desafios para promover startups ao redor do Brasil, a presença em polos tecnológicos como a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e a elaboração de editais temáticos para que companhias impulsionem ativos da Embrapa. A parceria com fundos de investimentos para identificar startups com potencial de receber aportes, também é um bom exemplo. A diretriz de inovação social por meio da inclusão tecnológica e o desenvolvimento de políticas públicas é destaque. O Brasil deve promover riqueza para o pequeno, médio e grande com agregação de valor. Como exemplo é possível citar a batata doce com 10 vezes mais betacaroteno. O esforço de produção é o mesmo, mas o valor é muito mais alto. O mesmo tem sido feito com outros produtos agropecuários, como abóbora, mandioca e grãos desenvolvidos para ajudar a suprir a carência nutricional de regiões mais pobres. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.