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13/Mai/2019

Inflação de abril é a maior para o mês desde 2016

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou abril com alta de 0,57%, ante um avanço de 0,75% em março. Esta foi a maior alta do IPCA para meses de abril desde 2016, quando a taxa ficou em 0,61%. A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 2,09%. Nessa ótica, foi a maior variação acumulada até abril desde 2016, quando o IPCA acumulou avanço de 3,25%. O IPCA em 12 meses ficou em 4,94%, a maior variação acumulada em 12 meses desde janeiro de 2017, quando o IPCA acumulou alta de 5,35%. A gasolina e os remédios foram os vilões da inflação de abril. Os preços dos alimentos também pesaram, mas em magnitude inferior ao peso visto na leitura de março do indicador. O grupo Saúde e Cuidados pessoais teve o maior impacto de alta, contribuindo com 0,18% após avançar 1,51% no IPCA de abril. O destaque foi o grupamento "remédios" (2,25%), refletindo o reajuste anual, em vigor desde 31 de março, com teto de 4,33%.

Os remédios tiveram o terceiro maior impacto individual no IPCA de abril. O primeiro impacto individual ficou com a gasolina, que avançou 2,66% em abril. Com isso, o grupo Transportes subiu 0,94% no IPCA de abril, com impacto de alta de 0,17%. Apesar disso, houve desaceleração ante março, quando o grupo subiu 1,44%. O grupo Alimentação e Bebidas contribuiu com 0,16% no IPCA de abril, ao subir 0,63%. Apesar do peso, a variação ficou abaixo da metade da registrada no IPCA de março (1,37%). A desaceleração foi puxada pelos alimentos no domicílio, que saíram da alta de 2,07% no IPCA de março para elevação de 0,62% na leitura de abril. Destacam-se as quedas de preços no feijão-carioca (-9,09%) e nas frutas (-0,71%). Por outro lado, ainda houve pressão do tomate (28,64%), segundo maior impacto individual no IPCA de abril, do frango inteiro (3,32%), da cebola (8,62%) e das carnes (0,46%). Por outro lado, a alimentação fora foi de 0,10% em março para 0,64% em abril.

Os preços de serviços avançaram 0,32% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, mesma variação registrada na leitura de março. A alimentação fora foi o destaque na inflação de serviços de abril. No IPCA como um todo, o item alimentação fora pesa 8,78%. No índice de serviços, o peso é maior. A alimentação fora de casa pode ter ficado mais cara em abril por conta de repasse de custos, incluindo do principal insumo. A inflação de alimentos estava em ritmo mais forte em março e restaurantes e bares podem ter feito os repasses em abril. A alta dos preços de remédios no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril, de 2,25%, foi a maior para meses de abril desde 2016, quando o avanço foi de 6,26%. Os medicamentos foram destaque de alta na inflação de abril, embora o IPCA de abril tenha ficado em 0,57%, abaixo do avanço de 0,75% em março. É possível que o reajuste continue tendo efeitos na inflação de maio, pois as farmácias podem "espaçar" as remarcações de preços em função da concorrência.

Os preços monitorados foram destaque no IPCA de abril, com alta de 1,03%, ante 0,75% na leitura de março. Além dos remédios, a gasolina, com alta de 2,66%, foi o maior impacto individual no IPCA de abril, como já havia ocorrido em março. Os preços monitorados continuarão a pressionar a inflação de maio. Estão no radar o reajuste de 3,43% no gás de botijão, em vigor desde 1º de maio (o gás de botijão tem peso de 1,32% no IPCA) e o reajuste de 4,72% na tarifa de água e esgoto na região metropolitana de São Paulo. Além disso, a conta de luz terá bandeira amarela em maio. De toda maneira, não há sinais de pressão de demanda sobre os preços na inflação de abril. Gasolina, remédios e alimentos, ainda que em ritmo menor do que o de março, puxaram a inflação. Chama a atenção o fato de que todos esses itens têm preços controlados, como no caso dos remédios e da gasolina, ou de serem susceptíveis a choques de oferta, como os alimentos.

Mesmo a alimentação fora de casa, cuja dinâmica de prestação de serviços costuma ser sensível a pressões de demanda, não preocupa. A alta de 0,64% em abril (ante 0,10% em março) parece estar relacionada a repasse de custos com insumos. A economia ainda permanece com desocupação grande no mercado de trabalho. As vagas de trabalho que têm sido criadas são associadas à informalidade, com rendimentos menores. Mesmo a aceleração da taxa do IPCA acumulada em 12 meses não sugere pressão de demanda. Isso porque o acumulado em 12 meses ainda inclui a alta de 1,26% do IPCA de junho de 2018, marcada pelos efeitos secundários da greve dos caminhoneiros, deflagrada em maio do ano passado. O movimento de abril é considerado pontual. Quando chegar junho deste ano, será possível ter uma ideia melhor do comportamento do IPCA em 12 meses. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.