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07/Mai/2019

EUA vê desvantagens no comércio com a China

Após anunciar a elevação de tarifas sobre produtos da China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar o que considera como injustiças no comércio internacional. Segundo ele, os Estados Unidos têm perdido de US$ 600 a US$ 800 bilhões de dólares por ano no comércio. Com a China, ele afirma que o país perdeu US$ 500 bilhões e que não irá perder mais. Donald Trump anunciou, no dia 5 de maio, que elevará tarifas de 10% para 25% a partir desta sexta-feira (10/05) as tarifas sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses. Além disso, ameaçou tarifar em breve em 25% o equivalente a US$ 325 bilhões em outros produtos da China e reclamou do andamento lento das negociações de comércio bilaterais. A avaliação é de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenta forçar a China a realizar mais concessões, ao intensificar o conflito comercial entre as nações. Os Estados Unidos buscam uma reorientação abrangente das relações comerciais.

Isso exigiria uma transformação fundamental do sistema econômico da China, por exemplo na área de proteção legal e da importância de empresas estatais. A China obviamente não está preparada para isso. Donald Trump demonstra claramente que não está satisfeito com o acordo que estava em negociação. Ele está, portanto, tentando forçar mais concessões ao intensificar o conflito comercial. Com isso, as próximas negociações foram colocadas em dúvida e não há garantia de que a delegação chinesa viajará para os Estados Unidos nesta semana, como planejado, para seguir com as conversas. Em declarações feitas nesta segunda-feira (06/05), a chancelaria chinesa informou que a viagem deve ocorrer, mas não confirmou se o vice-premiê Liu He lideraria o grupo. A postura de Donald Trump pode também ser fruto da manutenção do déficit comercial norte-americano com os chineses, afetado também pelas retaliações da China às tarifas norte-americanas. Os Estados Unidos reclamam também de superávits "injustos" no comércio com a Europa.

Nesse caso, um alvo possível é a indústria automotiva da Alemanha. Donald Trump deve decidir até meados de maio se pretende impor medidas, após um estudo do Departamento do Comércio norte-americano diagnosticar uma suposta ameaça à segurança nacional representada pelas importações de carros. A Europa deve estar preparada para o risco de tarifas, como Trump tem demonstrado com a China. A inesperada retomada pelo presidente dos Estados Unidos de uma escalada tarifária com a China injeta grande incerteza nas negociações. Essas conversas podem entrar num prolongado impasse, talvez até a eleição presidencial dos Estados Unidos. Até então, a possibilidade de um acordo bilateral até o fim de junho era de 60%. Agora, isso parece muito menos provável. Donald Trump insinua que a China estaria recuando em compromissos considerados garantidos pelos Estados Unidos. A percepção é de que o anúncio claramente não é um blefe de Donald Trump.

O presidente parece ter encampado a visão do representante comercial dos Estados Unidos que argumentava pela possibilidade de se impor mais tarifas sobre a China para pressioná-los por um acordo. A China não deve responder de modo duro ao anúncio de Trump, procurando primeiro entender suas alternativas. Ao mesmo tempo, é improvável que o governo chinês faça todas as concessões desejadas pelos Estados Unidos. A medida, de qualquer modo, aumenta a desconfiança dos chineses. Será importante avaliar nos próximos dias como Donald Trump responderá à reação nos mercados dos Estados Unidos e entre políticos locais. Além disso, as tarifas anunciadas agora pelo presidente norte-americano devem se traduzir em preços mais altos, inclusive em bens de consumo, e podem representar ameaça para os interesses do setor agrícola, uma base importante de Trump. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.