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06/Mai/2019

Moderfrota deve ter juro mais alto em 2019/2020

Com demanda aquecida e desembolsos que, depois de uma nova injeção de recursos, vão se aproximar de R$ 10 bilhões nesta safra 2018/2019, o Moderfrota, principal linha de crédito com juros subsidiados para a compra de máquinas agrícolas do país, deverá ter taxas de juros até 1% maiores no próximo Plano Safra, que entrará em vigor no dia 1º de julho. Neste ciclo, as taxas variam de 7,5% a 9,5% ao ano e o prazo de pagamento é de 7 anos, com 11 meses de carência, mas é quase consenso na equipe econômica do governo e no Ministério da Agricultura que o patamar será elevado. O dinheiro sai dos cofres do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o Moderfrota é a principal linha de crédito rural com juros subsidiados do País. Segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, o governo deve mexer na taxa de juros do Moderfrota, isso está praticamente certo, e a ideia é subir um pouco, para 8% ou 8,5% ao ano, em média.

De acordo com o secretário, há um esforço no governo para manter ou até elevar o volume global de recursos do Moderfrota em 2019/2020. Para a safra atual, foram reservados inicialmente R$ 8,9 bilhões, que acabaram. Na semana passada, porém, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, anunciou um reforço de R$ 536 milhões para a linha. Para o próximo ciclo, o governo também estuda reduzir de 90% para 85% o valor da máquina que o produtor pode financiar no âmbito do Moderfrota. Ou seja, deverá crescer a parte do produtor na aquisição. As novas condições que estão sendo discutidas causam alguma preocupação entre os principais fabricantes de máquinas que atuam no País. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas Agrícolas (Abimaq) afirmou que as conversas com o Ministério da Agricultura estão intensas. As empresas querem a manutenção dos juros e R$ 15 bilhões para 2019/2020.

Embora reconheça vantagens no ideário liberal pregado pelo Ministério da Economia, a John Deere Brasil considera que a distância entre as taxas livres à disposição no mercado (entre 10% e 11% ao ano, em média), e as do Moderfrota é grande. A empresa defende que as mudanças estruturais no Plano Safra não sejam bruscas. Para a John Deere, a perspectiva para a próxima safra é muito boa, existe uma demanda por máquinas e a indústria segue em recuperação, mas o produtor está preocupado sobre o possível aumento dos juros. Segundo o Santander, caso o governo confirme a elevação dos juros do Moderfrota, haverá uma janela maior de oportunidades para os bancos privados, que atuam com taxas livres e sem limites de recursos. Se aumentar as taxas, o governo abre o mercado para a concorrência. O banco considera muito melhor ter uma competição em taxa livre e o produtor poder comprar uma máquina mais barata. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.