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22/Abr/2019

Diesel acumula alta de 24,2% entre janeiro e abril

Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, os preços do óleo diesel nas refinarias da Petrobras acumulam alta de 24,23%, até atingir o patamar de R$ 2,2470 por litro anunciado no dia 17 de abril. Considerando a hipótese de um repasse integral desse reajuste, a alta acumulada no mesmo período no valor praticado pelos distribuidores de combustíveis será de menos da metade da variação aplicada pelas refinarias, de 11,37%. Isso indica que nem todo aumento anunciado pela estatal chega aos caminhoneiros, dado que os distribuidores (como a BR e Ipiranga) estão absorvendo parte da alta. Para chegar neste resultado, foram considerados os preços médios do diesel praticados pelas distribuidoras e disponibilizados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP) e a hipótese do repasse integral do reajuste sobre o último preço disponível do diesel, de 24 de março.

Segundo a Plural (Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência), revendedores e distribuidores estão abrindo mão de margem para garantir o volume de vendas e manter competitividade. É preciso estar atento ao fato de que o valor dos combustíveis nunca aumenta na mesma magnitude do reajuste nas refinarias. O aumento do preço na refinaria é diluído ao longo da cadeia. Isso mostra que o mercado está funcionando. O preço do diesel voltou ao centro do debate político e econômico brasileiro, após a Petrobras ter desistido de aplicar o reajuste originalmente anunciado. A medida não foi bem recebida pelo mercado, já que o passo atrás indicava interferência do Palácio do Planalto sobre a celebrada política de preços livre da estatal, em linha com a prática internacional e com a variação cambial, e que foi implementada pela petroleira ainda no governo de Michel Temer.

Nas negociações, o argumento do governo para explicar o adiamento foi de que a medida era necessária para conter o ímpeto de caminhoneiros em deflagrar nova paralisação. Ao mesmo tempo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o próprio presidente Jair Bolsonaro buscaram acalmar o mercado afirmando que não houve interferência na política de preços. A alternativa encontrada foi disponibilizar uma linha de crédito de até R$ 30 mil para os caminhoneiros e implementação do reajuste no preço do diesel nas refinarias na semana passada. Após terem sofrido forte queda no dia 12 de abril, com as ações ordinárias em queda de 8,54% e os papéis preferenciais com retração de 7,75%, a Petrobras perdeu R$ 32,390 bilhões em valor de mercado. Desde então, as ações da estatal se recuperam e já se aproximam do patamar anterior ao imbróglio decorrente da suspensão do reajuste. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.