12/Dec/2025
Segundo o Centro de Previsão Climática dos Estados Unidos (CPC), o fenômeno climático La Niña deve persistir apenas por mais um ou dois meses antes de dar lugar à neutralidade no Oceano Pacífico entre janeiro e março de 2026. A probabilidade de transição para condições neutras é de 68%, de acordo com a atualização divulgada nesta quinta-feira (11/12). Mesmo após a volta da neutralidade, a atmosfera ainda poderá manter traços de La Niña até o início da primavera do Hemisfério Norte. Especialistas apontam que, embora as temperaturas da superfície do mar estejam se aproximando da neutralidade, seus efeitos podem continuar influenciando chuvas e padrões climáticos globais.
A AccuWeather afirma que ainda há risco de chuvas excessivas na Região Sul do Brasil, mas não prevê seca significativa em grandes áreas agrícolas globais nos próximos meses. A Vaisala Weather alerta para a persistência de clima seco nas Planícies Centrais dos Estados Unidos, o que pode impactar o trigo duro vermelho de inverno, enquanto a Região Sul do Brasil e a Argentina tendem a registrar mais chuva com o enfraquecimento do fenômeno. Apesar das incertezas, analistas da BMI avaliam que os impactos devem ser limitados, principalmente pela força modesta deste episódio de La Niña, que não deve atravessar toda a temporada agrícola.
Na Argentina, a boa umidade do solo, a melhor em cinco anos, deve ajudar a mitigar eventuais períodos mais secos. Previsões recentes da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicam que a fase final da La Niña ainda poderá influenciar eventos de chuva intensa ou estiagens pontuais, mesmo em um cenário de temperaturas mais elevadas do que o normal. O serviço meteorológico do Japão reforça que o fenômeno deve perder força rapidamente rumo ao fim do inverno no Hemisfério Norte. A transição para neutralidade é vista como positiva para a produção agrícola global, oferecendo maior estabilidade climática para culturas sensíveis às oscilações do Pacífico. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.