11/Dec/2025
O dólar voltou a subir ante o Real nesta quarta-feira (10/12), com as cotações ainda contaminadas pelas movimentações políticas visando a eleição de 2026 no Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana cedia na esteira do corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). O dólar fechou em alta de 0,49%, a R$ 5,46. No ano, porém, a divisa acumula perdas de 11,51%. Na abertura da sessão, o dólar chegou a oscilar no território negativo, mas a moeda se fortaleceu rapidamente ainda por conta da cautela em relação ao cenário eleitoral brasileiro. Desde o anúncio na última sexta-feira (05/12) do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso por tentativa de golpe de Estado, à candidatura de seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL), à Presidência, os ativos brasileiros têm sido pressionados.
A visão de boa parte do mercado é de que Flávio tem menos chances que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na disputa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Neste cenário, após marcar a cotação mínima de R$ 5,41 (-0,40%), o dólar escalou até a máxima de R$ 5,49 (+1,00%). Segundo a Manchester Investimentos, ainda existe uma aversão a risco por conta da indicação do Flávio Bolsonaro. Há uma tentativa de amenizar a candidatura, com a leitura de que ela existe apenas para se conseguir a anistia ou a redução de pena para Jair Bolsonaro, mas o fato é que Flávio não tem popularidade para bater o presidente Lula em eventual disputa. O dólar manteve a alta ante o Real até o fim da sessão, ainda que no exterior a divisa tenha cedido ante outras moedas na esteira da decisão do Fed. O banco central norte-americano anunciou o corte de 25 pontos-base de sua taxa de referência, para a faixa de 3,50% a 3,75%, como esperado pelo mercado.
Além disso, suas projeções indicaram mais um corte de 25 pontos-base em 2026 e outro em 2027. No Brasil, as atenções estão voltadas para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Os agentes estarão atentos às indicações do Copom sobre se o ciclo de cortes começará em janeiro ou em março. O diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos tem sido apontado como um dos principais fatores para o País se manter atrativo ao capital externo, o que segura as cotações do dólar em níveis mais baixos. O Banco Central informou que o Brasil recebeu US$ 4,710 bilhões líquidos na semana passada, sendo que US$ 2,373 bilhões entraram no País pela via financeira, que inclui operações ligadas a investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamento de juros. No exterior, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,52%, a 98,701. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.