11/Dec/2025
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou novembro com alta de 0,18%, ante um avanço de 0,09% em outubro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 3,92%. O resultado acumulado em 12 meses foi de 4,46% até novembro, ante taxa de 4,68% até outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,03% em novembro, após uma elevação de 0,03% em outubro. Com o resultado, o índice acumulou alta de 3,68% no ano. A taxa em 12 meses mostrou alta de 4,18%, ante taxa de 4,49% até outubro. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,18% registrada pelo IPCA em novembro foi o resultado mais baixo para o mês desde 2018, quando havia recuado 0,21%. Em novembro de 2024, a taxa tinha sido de 0,39%.
Como consequência, a taxa acumulada em 12 meses arrefeceu pelo segundo mês consecutivo, passando de 4,68% em outubro de 2025 para 4,46% em novembro de 2025, menor resultado desde setembro de 2024, quando estava em 4,42%. Os preços de Alimentação e bebidas caíram 0,01% em novembro, após alta de 0,01% em outubro. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,00% para o IPCA, que subiu 0,18% no mês. Entre os componentes do grupo, a alimentação no domicílio teve queda de 0,20% em novembro, após ter recuado 0,16% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,46%, ante alta de 0,46% em outubro. Os preços dos alimentos voltaram ao território negativo em novembro, após uma leve alta em outubro ter interrompido uma sequência de quatro meses de quedas. Embora o número de itens alimentícios com reajustes tenha subido em novembro, os que ficaram mais baratos ajudaram a devolver a média do grupo Alimentação e bebidas para o negativo.
O índice de difusão de itens alimentícios, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 49% em outubro para 64% em novembro. De 168 itens alimentícios, 107 tiveram alta em novembro, enquanto 61 registraram variação igual ou menor do que zero. Entre os alimentícios com queda, o peso maior de alguns deles dentro da cesta de consumo das famílias contribuiu para que o resultado geral de alimentação ficasse negativo. O custo da alimentação no domicílio caiu 0,20% em novembro, sexto mês seguido de quedas. Ficaram mais baratos o tomate (-10,38%), leite longa vida (-4,98%) e arroz (-2,86%). O café moído recuou 1,36% em novembro, impacto de -0,01% no IPCA. O item acumulou uma queda de 4,83% em cinco meses consecutivos de redução de preços. As tarifas afetaram as expectativas sobre a demanda e, consequentemente, os preços, mas as quedas recentes ainda são modestas para repor tudo o que aumentou recentemente. O café ainda acumula uma elevação de 42,79% em 12 meses.
Na direção oposta, houve aumentos em novembro no óleo de soja (2,95%) e nas carnes (1,05%). A alimentação fora do domicílio subiu 0,46% em novembro: o lanche aumentou 0,61%, e a refeição fora de casa teve elevação de 0,35%. O grupo Alimentação e bebidas acumula uma alta de 3,88% em 12 meses, variação mais branda desde maio de 2024, quando estava em 3,56%. Os preços de Transportes subiram 0,22% em novembro, após alta de 0,11% em outubro. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04% para o IPCA, que subiu 0,18% no mês. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,32% em novembro, após avanço de 0,32% no mês anterior. A gasolina caiu 0,42%, após ter registrado alta de 0,29% em outubro, enquanto o etanol avançou 0,39% nesta leitura, após alta de 0,85% na última. Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de um recuo de 0,30% em outubro para uma alta de 0,52% em novembro, uma contribuição de 0,08% para a taxa de 0,18% registrada pelo IPCA do último mês.
A energia elétrica residencial aumentou 1,27% em novembro, um impacto individual de 0,05% no IPCA do mês. A bandeira tarifária vermelha patamar 1, que adiciona uma cobrança de R$ 4,46 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos, manteve-se a mesma vigente no mês anterior. A energia elétrica residencial acumulou uma alta de 15,08% no ano, principal impacto no IPCA do período, uma contribuição de 0,58%. Nos últimos 12 meses, o subitem subiu 11,41%, impacto de 0,46%. Ainda em Habitação, as tarifas de água e esgoto subiram 0,29%, e o gás encanado recuou 0,01%. O grupo Artigos de residência saiu de um recuo de 0,34% em outubro para uma queda de 1% em novembro. O grupo contribuiu com -0,03% para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês. Artigos de residência teve a taxa mais baixa para meses de novembro desde o início do Plano Real. Em novembro, os destaques no grupo foram as reduções de preços nos eletrodomésticos e equipamentos (-2,44%) e TV, som e informática (-2,28%).
O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de um avanço de 0,41% em outubro para um recuo de 0,04% em novembro. O grupo deu contribuição zero para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês. O recuo no grupo foi sustentado pela queda de 1,07% nos artigos de higiene pessoal, após uma elevação de 0,57% do mês anterior. O grupo Despesas Pessoais saiu de uma alta de 0,45% em outubro para um aumento de 0,77% em novembro. O grupo contribuiu com 0,08% para a taxa de 0,18% do IPCA do último mês. O destaque foi o avanço de 4,09% no subitem hospedagem, que resultou num impacto de 0,03% na inflação de novembro. O subitem hospedagem saltou 178,93% em Belém (PA), que sediou, em novembro, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. Quatro dos nove grupos que integram o IPCA registraram quedas de preços em novembro. Houve recuos em Alimentação e bebidas, queda de 0,01% e impacto de 0,00%; Artigos de residência, -1,00% e impacto de -0,03%; Comunicação, -0,20% e impacto de -0,01%; e Saúde e cuidados pessoais, -0,04% e impacto de 0,00%.
Na direção oposta, os preços subiram em Vestuário (0,49%, uma contribuição de 0,02%), Despesas pessoais (0,77%, impacto de 0,08%), Educação (0,01%, impacto de 0,00%), Habitação (0,52%, impacto de 0,08%) e Transportes (0,22%, impacto de 0,04%). As quedas de 4,98% no leite longa vida e de 1,07% nos itens de higiene pessoal exerceram os maiores alívios individuais sobre a inflação de novembro, um impacto de -0,04% cada para a taxa de 0,18% registrada no mês pelo IPCA. Figuraram ainda no ranking de principais alívios sobre o IPCA o tomate (-0,02%), arroz (-0,02%), gasolina (-0,02%) e café moído (-0,01%). Na direção oposta, a principal pressão partiu da passagem aérea, com alta de 11,90% e influência de 0,07%. Houve contribuições positivas também da energia elétrica residencial (0,05%), hospedagem (0,03%), carnes (0,03%), óleo de soja (0,01%), lanche fora de casa (0,01%) e refeição fora de casa (0,01%).
O IPCA precisa ter uma alta de até 0,56% em dezembro para encerrar o ano de 2025 dentro do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo Banco Central. Para encerrar o ano no centro da meta de 3,0%, o IPCA de dezembro tem que ser de queda de 0,89%. Qualquer valor entre esse -0,89% e +0,56% fica entre o centro e o teto da meta. É a primeira vez que (o IPCA em 12 meses) fica abaixo do teto da meta de inflação no ano. A inflação de dezembro, por ora, não tem grandes pressões já à vista. Por outro lado, a energia elétrica pode diminuir, uma vez que a bandeira tarifária passará de vermelha patamar 1 em novembro para amarela em dezembro. Além disso, o ônibus urbano pode ter alguma variação para baixo, caso seja concedida gratuidade por conta de Natal ou Ano Novo em alguma localidade. Segundo o ASA, o resultado do IPCA de novembro confirma o quadro favorável para a inflação no curto prazo, devido à desinflação de alimentos no domicílio e de bens industrializados, ambos influenciados pela melhora do câmbio.
A inflação subjacente de serviços segue desacelerando na média móvel de três meses, de 4,28% em outubro para 3,88% em novembro. A aceleração no índice cheio reflete a normalização de energia elétrica após deflação em outubro e o impacto pontual da COP30 em Belém, que gerou saldo nos preços de hospedagem, pressionando o grupo de Despesas Pessoais de forma atípica. O Bradesco avalia que o resultado IPCA de novembro confirma o processo de desaceleração da inflação. Esse movimento é liderado pelos alimentos e com contribuição relevante dos bens industriais. A inflação voltou a ficar dentro do limite da meta de inflação após 13 meses rodando acima de 4,5%. Os núcleos seguem moderando e reforçam a tendência de descompressão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.