11/Dec/2025
Segundo dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), as exportações do Brasil aos Estados Unidos totalizaram US$ 2,7 bilhões em novembro, queda de 28,1% em relação a igual mês de 2024. Foi o quarto mês seguido de recuo nas vendas externas ao mercado norte-americano na comparação anual, aponta a edição atual do Monitor do Comércio Brasil-Estados Unidos. Em outubro, no entanto, a retração foi maior e marcada por um recorde da série da Amcham, de 37,8%. Isso indica que a retirada dos 40% e 50% adicionais sobre produtos brasileiros em meados de novembro, sobretudo agrícolas, teve efeito positivo. De janeiro a novembro, os embarques brasileiros aos Estados Unidos diminuíram 6,7%. Considerando apenas novembro, os óleos brutos de petróleo foram a maior influência negativa sobre as exportações, com declínio de 65,9% ante o mesmo período do ano passado. O tombo reflete a menor demanda das refinarias dos Estados Unidos.
A diminuição das vendas do setor justifica a queda acentuada de -53,2% nas exportações de bens isentos de taxação em novembro. Dentre os produtos sujeitos ao tarifaço, as vendas externas aos Estados Unidos caíram 18,3% no comparativo interanual, menor variação negativa desde agosto, quando a alíquota de 50% começou a ser aplicada. Apesar disso, os bens ainda sujeitos à sobretaxa de 40% e 50%, majoritariamente produtos industriais, apresentaram queda ainda mais acentuada, de 27,8% em relação a novembro de 2024. A conversa recente por telefone entre os presidentes Lula e Donald Trump sinalizou que há espaço político para uma reaproximação entre os dois países. É uma janela de oportunidade que se abriu e que precisa ser aproveitada da melhor forma para que os países celebrem um acordo comercial mutuamente benéfico e que se corrija as distorções que as tarifas de 40% e 50% estão atualmente causando. As compras de produtos norte-americanos pelo Brasil, por outro lado, seguem em forte crescimento, de 24,5% entre novembro de 2024 e igual mês de 2025, maior expansão do ano nesta comparação, somando US$ 3,8 bilhões.
O déficit acumulado no ano entre exportações e importações na balança entre Brasil e Estados Unidos foi o segundo maior da última década para o período, ao atingir cerca de US$ 8 bilhões. O desempenho reforça os efeitos das recentes distorções provocadas pelas tarifas sobre o comércio bilateral, com impactos diretos sobre a competitividade das exportações brasileiras e sobre o equilíbrio da corrente de comércio entre os dois países. Ainda, o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, se negou a dizer que as tarifas impostas ao Brasil tiveram relação com as acusações legais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo Greer, as tarifas ao Brasil foram relacionadas com violação de direitos humanos e da liberdade de expressão, bem como "perseguição" às empresas norte-americanas de tecnologia. O representante ainda pontuou que o Brasil é mais um competidor no agronegócio do que um aliado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.