05/Dec/2025
De acordo com dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), às vésperas do fim de ano, os brasileiros tiveram um alívio mínimo, de 0,3%, no endividamento. Ainda assim, o resultado de novembro da mostra que o percentual de famílias endividadas, de 79,2%, está acima do observado em novembro de 2024 (77%). O resultado mensal não reverte o quadro de forte pressão sobre o orçamento das famílias. Em outubro, o endividamento das famílias foi de 79,5% em outubro, maior patamar desde 2010. A fatia de famílias inadimplentes também recuou, do ápice histórico de 30,5% para 30%, ainda superior aos 29,4% do ano anterior. A proporção de famílias que declararam não ter condições de pagar as dívidas em atraso, ou seja, que permanecerão inadimplentes, completa o trio de indicadores que diminuiu. Passou de 13,2%, em outubro, para 12,9%, em novembro, menor nível desde agosto e igual ao de novembro de 2024.
A inadimplência encolheu em todas as faixas, com maior redução entre famílias com renda entre 3 e 5 salários-mínimos, que também lideraram a queda da parcela das que afirmam não ter condições de pagar suas dívidas atrasadas. A pesquisa sugere melhora tanto da percepção quanto da estrutura das dívidas. No retrato geral, diminuiu o grupo que se considera "muito endividado" (16%) e aumentou o de "pouco endividado" (32,8%) e notou-se um esforço adicional das famílias com renda entre 3 e 5 salários-mínimos para regularizar pendências. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa. O brasileiro aproveita a Black Friday para economizar nos presentes de fim de ano, pagando as faturas dessas compras com a segunda parcela do 13º salário. Isso é um antídoto ao altíssimo nível de inadimplência e dos juros, principalmente do cartão de crédito, que são capazes de dobrar o valor de uma dívida em poucos meses.
A proporção de famílias com contas em atraso por mais de 90 dias caiu de 49% para 48,5%, o menor nível desde agosto, reduzindo parcialmente o impacto dos juros acumulados no estoque de dívidas. A fatia de consumidores que têm mais da metade dos rendimentos comprometidos com dívidas, por sua vez, caiu de 19,1% para 18,8%, depois de um aumento de dois meses consecutivos. A maioria (56,7%) segue com 11% a 50% da renda comprometida, resultando em comprometimento médio de 29,5% em novembro. Por outro lado, o percentual de famílias com dívidas por mais de um ano subiu pelo terceiro mês seguido, para 32,1%. Apesar do recuo esperado para dezembro, a CNC espera que 2025 encerre com famílias significativamente mais endividadas (+2,4%) e mais inadimplentes (+0,5%) do que no fim de 2024. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.