05/Dec/2025
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) lançou, na quarta-feira (03/12), seu primeiro Apelo Global de Emergência e Resiliência, solicitando US$ 2,5 bilhões para apoiar cerca de 100 milhões de pessoas em 54 países e territórios em 2026. A iniciativa tem por objetivo consolidar requisitos humanitários e de resiliência em uma estrutura única, colocando a assistência agrícola de emergência no centro dos esforços para proteger a produção de alimentos em contextos de crise. O objetivo é abordar necessidades urgentes e, simultaneamente, reduzir a dependência de assistências repetidas e custosas no futuro. A insegurança alimentar aguda triplicou desde 2016, mesmo com níveis elevados de financiamento humanitário, o que indica que o modelo atual não acompanha as realidades de hoje.
Apoiar os agricultores para manter a produção é crítico para garantir a disponibilidade de alimentos e estabilizar as comunidades. O apelo busca um reequilíbrio nos esforços de resposta global, ampliando soluções agrícolas juntamente com a assistência alimentar. Cerca de 80% das pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda vivem em áreas rurais e dependem da agricultura, pecuária ou pesca, mas apenas 5% do financiamento humanitário para o setor alimentar apoia meios de subsistência agrícolas. A FAO argumenta que investir na agricultura é custo-efetivo, citando evidências de que ações antecipadas podem gerar uma relação custo-benefício onde US$ 1,00 investido na lavoura gera US$ 3,00 em valor alimentar local. Do montante total solicitado, US$ 1,5 bilhão será destinado a intervenções de emergência para salvar vidas de 60 milhões de pessoas, incluindo a distribuição de sementes, ferramentas e campanhas de saúde animal.
Outro US$ 1 bilhão será alocado para programas de resiliência beneficiando 43 milhões de pessoas, com foco em infraestrutura hídrica, acesso a mercados e restauração de sistemas agroalimentares. Há ainda uma previsão de US$ 70 milhões para serviços globais, como monitoramento de ameaças à cadeia alimentar e coordenação. Em termos regionais, a maior parte dos recursos solicitados está direcionada para a África Ocidental e Central (US$ 593,4 milhões) e a região da Ásia e Pacífico (US$ 521,6 milhões), seguidas pelo Oriente Próximo e Norte da África (US$ 519,1 milhões). O apelo também contempla a África Oriental, África Austral, América Latina e Caribe, e Europa, especificamente para assistência na Ucrânia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.