ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Dec/2025

Amazônia: concessões florestais reduzem desmate

De acordo com estudo conduzido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e a consultoria Systemiq, as concessões florestais na Amazônia Legal contribuem tanto para a preservação ambiental quanto para o desenvolvimento socioeconômico de municípios da região. Segundo o levantamento, essas áreas apresentam índices significativamente menores de desmatamento e forte geração de emprego, renda e arrecadação pública. De 2010 a 2025, as concessões florestais proporcionaram R$ 240,4 milhões em receitas públicas, sendo R$ 62 milhões repassados diretamente a Estados e municípios que abrigam as áreas concedidas. O pico de arrecadação ocorreu em 2024, com R$ 40,5 milhões.

Além disso, o mecanismo de redistribuição de renda conhecido como Indicador Social já destinou R$ 6,26 milhões a comunidades de florestas nacionais (Flonas), dos quais cerca de R$ 4,91 milhões foram aplicados em transporte, energia (incluindo kits de painéis solares), educação ambiental e apoio a cadeias produtivas locais. A análise abrange oito Florestas Nacionais, somando 3,57 milhões de hectares, dos quais 1,25 milhão de hectares são áreas efetivamente concedidas ao manejo sustentável. Em quase duas décadas, esses territórios registraram apenas 2% de desmatamento, sendo que 92% dessa perda de vegetação ocorreu fora das áreas concedidas. Para os pesquisadores, o dado reforça a capacidade do manejo florestal sustentável de inibir atividades ilegais e predatórias.

A produção de madeira legal e rastreável também cresceu: desde a criação das concessões, foram colocados no mercado 2,5 milhões de metros cúbicos, volume quatro vezes maior do que o observado em municípios sem concessão. O impacto socioeconômico é expressivo. Em 75% das áreas analisadas, o número de empregos aumentou 62%, e a massa salarial, 27%. Somente em 2023, as concessões geraram 4.848 postos de trabalho (1.616 diretos e 3.232 indiretos), representando 7,5% dos vínculos formais das localidades contempladas. Os resultados demonstram como o modelo alia conservação ambiental, dinamização da bioeconomia e desenvolvimento local. As concessões são um exemplo da agenda de implementação, mostrando que gestão pública eficiente e investimento sustentável impulsionam a transição para uma economia de baixo carbono.

O estudo evidencia o potencial brasileiro de liderança climática. É necessário expandir o modelo e estimular o processamento de madeira nos próprios municípios concessionados para ampliar a diversificação produtiva e fortalecer a arrecadação e o PIB locais. Um exemplo prático do uso dos recursos é o município de Terra Santa (PA), que investiu R$ 294 mil na estruturação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Mineração, fortalecendo a gestão ambiental local. O levantamento, baseado em dados administrativos, geoespaciais, plataformas como Prodes e Simex, além de entrevistas e documentações técnicas, consolida quase 20 anos de evidências sobre o impacto das concessões florestais federais, um instrumento que deve ganhar escala nos próximos anos diante da urgência climática e da necessidade de promover desenvolvimento sustentável na Amazônia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.