03/Dec/2025

Relatório sobre a Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira, divulgado na segunda-feira (1º/12) pelo Ministério da Fazenda, mostra que 1% dos mais ricos do Brasil detinha 37,3% da riqueza aferida pelas declarações de Imposto de Renda de 2023. Quando cruzados com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Anual (PnadC), os dados revelam que as mulheres negras tinham a pior renda anual média do País. O relatório, que tem como pano de fundo a aprovação de projeto que aumentou a isenção do IR a quem ganha até R$ 5 mil por ano, informa que os 10% mais ricos do Brasil concentravam 64,2% da renda declarada em 2023, sendo que mais da metade desse volume estava nas mãos do 1% mais abastado.

Enquanto a renda aumenta, a alíquota efetiva de imposto paga cai. Segundo o estudo, elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), o máximo de alíquota média paga por 93% dos mais ricos foi de 12%. A partir daí, a taxa média cai até chegar a 4,6% para o 0,01% mais rico. A SPE também analisou a composição da renda isenta de IR em 2023. Segundo o estudo, 34,9% desses vencimentos correspondiam a participações nos lucros e dividendos, seguido por 18,7% de "outros rendimentos isentos". Retornos de aplicações em papéis isentos como Letras de Crédito Rural e Imobiliário (LCRs e LCIs) entraram na rubrica "rendimentos de caderneta de poupança", que representaram 5,7% da renda isenta.

O Ministério da Fazenda defendeu o avanço de uma agenda de corte de benefícios tributários. Importante destacar a fragilidade de governança desses benefícios fiscais. Essa agenda do corte de benefícios tributários que está aí ainda em discussão e é importante que ela avance. O governo também usou dados da PnadC para estudar outros aspectos da renda no País. Nesse recorte, a análise mostra que as mulheres negras têm a pior média anual de renda, perto dos R$ 20 mil. A média do País ficou perto de R$ 40 mil. Os homens negros também estão abaixo da média, enquanto as mulheres brancas ficam próximas da média e os homens brancos estão bem acima, com mais de R$ 60 mil de renda média anual. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.