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03/Dec/2025

Brasil: projeção para o crescimento da economia

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) elevou a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2025, mas vê perda de fôlego na virada do ano e mantém o alerta sobre inflação resistente e necessidade de aperto fiscal. A entidade projeta expansão de 2,4% em 2025 e 1,7% em 2026, números um pouco maiores que os estimados em junho, de 2,1% e 1,6%, respectivamente. A melhora reflete sobretudo a forte safra agrícola, prevista para crescer 17%, e o impulso do consumo das famílias, apoiado pelo mercado de trabalho aquecido: o desemprego caiu a 5,6%, mínima histórica, e a renda real avança mais de 3%. Apesar disso, os dados recentes apontam desaceleração. O índice de atividade recuou 1,8% desde abril, e vendas do varejo e produção industrial voltaram a cair em setembro. A confiança empresarial também se enfraqueceu.

O investimento deve perder força em 2026, pressionado por juros elevados, incerteza global e tarifas dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, cujo impacto ainda é limitado graças à diversificação de mercados. Outro ponto ressaltado é a inflação, que segue acima da meta. O IPCA deve ficar em 5,1% em 2025, ante previsão anterior de 5,7%, recuando para 4,2% em 2026 (ante projeção anterior de 5%) e para 3,8% em 2027. Energia elétrica, alimentos e serviços continuam entre os principais vetores de pressão inflacionária. As expectativas para 2026 e 2027 permanecem acima do centro da meta, de 3%. Com esse quadro, a política monetária permaneceu dura: o Banco Central levou a Selic a 15% em julho, de 11,25% no fim de 2024. A expectativa é que o afrouxamento comece apenas em 2026, com trajetória gradual até cerca de 10,5% em 2027.

Um mercado de trabalho apertado e a combinação de salários em alta e déficit fiscal ainda pressionam preços, exigindo manutenção de uma postura restritiva por mais tempo. No campo fiscal, há risco elevado ao cumprimento das metas. O déficit segue "expressivo", e a dívida bruta (hoje em 77,7% do PIB) deve continuar crescendo. O indicador avançará para 80,1% em 2026 e 82,2% em 2027. Em junho, as projeções já apontavam deterioração, mas em ritmo menor: a dívida subiria de 76,5% em 2024 para 78,2% em 2025 e 82,2% em 2026. Será necessário esforço adicional de consolidação, sobretudo no controle de gastos obrigatórios, para manter a dívida em trajetória sustentável. Uma eventual frustração das metas poderia ampliar a incerteza e prejudicar o investimento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.